A Petz (PETZ3) divulgou, na noite de ontem (14), seu balanço referente ao segundo trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro líquido ajustado de R$4,968 milhões, queda de 79,8% quando comparado com o mesmo período de 2023, pressionado.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 14,4% em um ano, para R$59,880 milhões, com sua margem Ebitda ajustada caindo 1,3 ponto percentual, para 6,1%.
Já sua receita bruta avançou 3,8% no comparativo anual, para R$980,9 milhões.
Para o Bradesco BBI, os resultados apresentados foram “fracos”.
“A Petz relatou outro conjunto de resultados fracos no 2T24, arrastados por um SSS ainda morno e pressão de penetração digital nas margens – esses resultados são, de certa forma, uma continuação dos resultados fracos da Petz nos últimos três trimestres”, afirma relatório enviado a clientes.
Por outro lado, os analistas da instituição destacam que não teve queima de caixa no período, “uma melhora em relação ao último trimestre (queima de R$ 20 milhões no 1T24), apesar do ambiente ainda difícil”.
“Outro ponto positivo foi o controle diligente de G&A (0,7% YoY), que demonstra o esforço da empresa em gerenciar a lucratividade”, acrescentam.
Com o SSS morno e a falta de novidades sobre a fusão com a Cobasi, o BBI optou por manter uma posição mais conservadora com o case da companhia, mantendo recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$5,00, com potencial de ganho de 30,89% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$3,82.
O time de análises da XP Investimentos também classificou o resultado como “fraco”, em mais um trimestre desafiador para a companhia.
“As vendas brutas consolidadas aumentaram 4% em relação ao mesmo período do ano anterior, com outro forte desempenho digital (+29%) compensado pela fraqueza das lojas físicas (-10%), com as vendas mesmas lojas ainda pressionadas (+1%) pelo cenário macroeconômico difícil, ventos contrários da deflação de alimentos para pets e otimização da oferta de serviços”, afirmaram Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, analistas que assinam o relatório.
Sobre a rentabilidade da companhia, o trio destaca que ela segue em queda.
“A margem bruta diminuiu 0,6p.p em relação ao ano anterior, devido à maior penetração digital (% das vendas brutas aumentou 8,7p.p em relação ao ano anterior), a uma estratégia de preços mais agressiva e a ajustes fiscais (alíquotas de ICMS e encargos de PIS/COFINS mais altos)”, pontuam.
“Isso, juntamente com a desalavancagem operacional, levou a margem EBITDA ajustada (ex-IFRS) a cair -1,3p.p”.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$4,50, com potencial de ganho de 17,80%.
Da mesma forma, a Genial Investimentos se mostrou insatisfeita com os números apresentados, afirmando que eles “surpreenderam negativamente”.
“A empresa foi significativamente impactada por maiores despesas operacionais e financeiras, resultando em um lucro líquido de apenas R$ 1 milhão, uma queda de 95,2% em relação ao ano anterior e 91,7% abaixo das estimativas Genial”, comentam os analistas Iago Souza e Nina Mirazon, que assinam o relatório.
“Refém da forte competição on-line do setor e vítima da discricionariedade de consumo do mercado de acessórios para pets, a companhia não conseguiu sustentar um crescimento de top line acima da inflação (+3,8% a/a vs. IPCA de 4,5% nos últimos 12m)”.
A dupla destaca que, apesar dos esforços da companhia, neste momento, sua tese de crescimento “se sustenta através de um possível (e iminente) M&A com o 2º maior player do setor: a Cobasi”.
“Sem atualizações sobre o MoU com a Cobasi, esperamos ver notícias sobre o M&A ao longo dos próximos dias. Vale lembrar que o prazo de exclusividade se encerra em 23/ago, podendo ser prorrogado até 23/set”, acrescentam.
Com isso, eles mantiveram recomendação “Manter”, equivalente a “Neutra”, com preço-alvo de R$4,20, com potencial de ganho de 9,95%.