A São Martinho (SMTO3) divulgou, ontem (11) à noite, seu balanço referente ao segundo trimestre da safra 2024/2025.
A companhia reportou lucro líquido de R$187,4 milhões, queda de 55,2% em comparação a um ano antes, com o resultado sendo pressionado pelo término do recebimento das parcelas do Precatório da Copersucar (IAA).
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado avançou 44% em um ano, para R$943,1 milhões, puxado tanto pelos preços mais altos quanto pelo maior volume comercializado, com destaque para o etanol.
No período, foram processados 18 milhões de toneladas de cana-de-açúcar pela companhia, alta de 2,6% em comparação ao mesmo período da safra passada.
Além disso, a companhia também fez alterações em seu guidance para o ciclo atual, com a principal delas sendo a mudanças nas perspectivas para o seu mix de produção, que passou a ser mais alcooleiro, com a destinação de cerca de 44% dos açúcares totais recuperáveis à produção de açúcar, queda de 8 pontos percentuais em comparação ao projetado anteriormente.
Essa mudança foi ocasionada pelos impactados causados pelos incêndios recentes na disponibilidade de matéria-prima e na conversão industrial de açúcar total recuperável (ATR) em açúcar, além do baixo volume de chuvas.
Para a XP, o resultado foi sólido.
“A São Martinho entregou um trimestre sólido, apesar do impacto negativo dos incêndios que atingiram parte de São Paulo, conseguindo compensar um mix forçado pior com volumes fortes (açúcar +22,3% e etanol +23,4% A/A)”, afirmam os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, que assinam a publicação.
“A receita líquida foi de R$ 1,96 bilhões (+28% A/A e +7% vs. XPe) e o EBITDA ajustado foi de R$ 943 milhões (+44% A/A e +24% vs. XPe), um resultado positivo principalmente devido à diluição de custos maior do que o esperado e ao aumento do etanol, com preços subindo +15,1% A/A”.
Sobre a atualização do guidance, o trio destaca as melhorias na operação de milho, “com um capex maior e um mix de açúcar de 39%, o que é esperado”.
“À medida que a temporada de moagem termina, esperamos que os preços do etanol sustentem sua tendência de alta e que o açúcar mantenha os preços favoráveis atuais, o que deve levar a uma ação de preço positiva à luz deste trimestre”, acrescentam.
Apesar disso, eles optaram por manter recomendação “Neutra” para suas ações (SMTO3), com preço-alvo de R$33,20, com potencial de ganho de 31,17% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$25,31.
Da mesma maneira, o time de análises do Bradesco BBI se mostrou satisfeito com os números, principalmente por causa da possibilidade de um aumento nos preços do açúcar e do etanol durante a entressafra no Centro-Sul do país.
Ainda assim, olhando à frente, eles projetam um FCFE yield de 10% para a safra 2025/2026, “o que parece sólido, mas já incorpora os preços do açúcar acima da curva futura, o que significa que a visibilidade em novas revisões para cima é atualmente limitada”.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (SMTO3), com preço-alvo de R$32,00, com potencial de ganho de 26,43%.