A SLC Agrícola (SLCE3) divulgou, na noite de ontem (12), seu balanço referente ao segundo trimestre da safra 2024/2025, equivalente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou prejuízo líquido de R$17,282 milhões, revertendo lucro de R$167,272 milhões registrado no mesmo período da safra 2023/2024.
O resultado foi influenciado pela queda do resultado bruto do milho, somado à marcação negativa do Ativo Biológico e do Valor Realizável Líquido dos Estoques, tendo sido parcialmente compensado pelo reconhecimento de crédito de IRPJ e CSLL referente à não tributação sobre subvenções de ICMS de vendas isentas.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 5,8% em um ano, para R$463,1 milhões, pressionado pela queda no lucro bruto do milho e do caroço de algodão.
Com isso, sua margem Ebitda recuou 1,4 ponto percentual em comparação ao mesmo período da safra anterior, para 28,9%.
Sua receita líquida permaneceu praticamente estável no comparativo anual, tendo recuado 1%, para R$1,631 bilhão.
Para a XP, o resultado foi fraco, apesar de em linha com o estimado, “impactado pela redução da área plantada, produtividades e preços”.
“A margem bruta para todas as commodities (ou seja, soja, algodão, milho) ficou abaixo e ligeiramente abaixo da XPe, com o gado sendo a única exceção. A safra 2023/24 foi desafiadora devido a eventos climáticos e deve proporcionar comparações fáceis em relação à 2024/25, além de custos mais baixos por hectare (-5,2% para 24/25), produtividades praticamente estáveis para milho e soja (vs. orçamento de 23/24), mas melhores para algodão, e uma estratégia de hedge mais conservadora bem-vinda”, comentam os analistas Samuel Isaak, Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, que assinam a publicação.
“No entanto, um Capex mais alto do que o esperado levou a um resultado abaixo do FCFE, e o aumento no LPA foi devido a eventos pontuais no 3T”.
O trio projeta que a expansão de terras e os investimentos necessários para tal devem ser os principais motores da companhia, o que faz com que o seu FCF yield só venha a melhorar em um novo ciclo de commodities, o que reforça a visão de um valuation não atrativo.
Sendo assim, eles optaram por manter recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$19,20, com potencial de ganho 10,22% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$17,42.
Da mesma maneira, o time de análises do BB Investimentos também considerou os números fracos, “em decorrência da queda da produtividade na safra 2023/24 e dos preços das commodities, e ainda em um cenário de custos ainda elevados, o que prejudicou a rentabilidade do período”.
Ainda assim, Georgia Jorge, analista que assina a publicação, acredita que “a performance dos papéis da companhia reflete, de certa forma, a expectativa de resultados fracos no decorrer de 2024”, além de uma preocupação com o seud desempenho na próxima safra, diante de preços mais baixos das commodities.
“Apesar dos preços atuais das commodities ser realmente um fator de preocupação, entendemos que a retomada da produtividade a patamares normais, combinada com o real desvalorizado e a redução dos custos por hectare plantado, permitirão à companhia reportar resultados mais robustos na próxima safra”, pondera.
Sendo assim, ela manteve recomendação de “Compra” para suas ações (SLCE3), com preço-alvo de R$26,00, com potencial de ganho de 49,25%.