A Suzano (SUZB3) divulgou, na noite de ontem (24), seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro lÃquido de R$3,24 bilhões revertendo prejuÃzo de R$729 milhões registrado no mesmo perÃodo de 2023 e superando a expectativa dos analistas, que previam R$2,72 bilhões de lucro.
Seu Ebitda (sigla em inglês para Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado cresceu 77% no comparativo anual, para R$6,523 bilhões, enquanto sua margem Ebitda avançou 12 pontos percentuais, para 53%.
Já sua receita lÃquida registrou alta de 37% em comparação ao terceiro trimestre do ano passado, para R$12,274 bilhões.
Do lado operacional, as vendas totais cresceram 6% no perÃodo, em comparação a um ano antes, para aproximadamente 3 milhões de toneladas, com as vendas de celulose crescendo 6%, para 2,64 milhões de toneladas, e as de papel registrando alta de 9%, para 360 mil toneladas.
Para a XP, os números apresentados pela companhia foram “sólidos”, com destaque para o seu desempenho opearcional.
“Com receitas lÃquidas de R$ 12,3 bilhões (+5% em relação ao XPe), destacamos os volumes de vendas de celulose e papel como o principal destaque nos resultados de hoje (+4% T/T e +8% T/T, respectivamente, e +6% em relação ao XPe), com preços em BRL positivamente impulsionados pela depreciação do câmbio no 3T24, compensando os preços mais baixos da celulose”, afirmam os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, que assinam o relatório.
“Além disso, o custo caixa por tonelada aumentou 4% T/T (excluindo paradas e os efeitos únicos da unidade Ribas do Rio Pardo), devido aos custos mais altos de insumos e madeira, principalmente relacionados a eventos especÃficos (o inÃcio da operação da unidade Ribas do Rio Pardo e a instabilidade operacional em algumas fábricas)”.
O bom desempenho e as perspectivas positivas para os preços da celulose fazem o trio acreditar que “a Suzano está bem posicionada para capitalizar um potencial ponto de inflexão no ciclo da celulose”.
“Além disso, com o fluxo de caixa significativo após a ramp-up do Cerrado, vemos a Suzano como atraente por várias métricas, com um rendimento de FCF de ~12-15% para 2025-26E e múltiplos descontados (EV/EBITDA e EV/IC)”, acrescentam.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$85,00, com potencial de ganho de 48,08% em comparação ao fechamento de ontem, a R$57,40.
O time de análises do Safra também considerou o resultado positivo.
“Os resultados superaram nossas estimativas devido à s maiores vendas de celulose e papel, que mais do que compensaram maiores despesas operacionais e maior CPV/t à vista, enquanto os preços realizados vieram relativamente em linha com nossos números”, afirmam os analistas Ricardo Monegaglia e Felipe Centeno, que assinam o relatório.
Ainda assim, eles preveem que o Ebitda da companhia deve recuar no último trimestre do ano, pressionado pelos preços de BHKP praticados na China.
“No lado positivo, o câmbio se depreciou até agora no 4T24 e esperamos que o custo à vista da celulose caia sequencialmente para nÃveis mais próximos do 2T24, à medida que a contribuição da Cerrado cresce, o que pode compensar parcialmente o efeito dos menores preços da celulose”, ponderam.
A dupla ainda destaca que possÃveis fusões e aquisições ainda são um “risco-chave”, mas que eles estão “menos preocupados com uma aquisição material (por exemplo, >US$ 10 bilhões) em um futuro próximo”.
Com isso, o Safra manteve recomendação de Outperform, equivalente a “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$70,00, com potencial de ganho de 21,95%.
Da mesma maneira, o JPMorgan também considerou o resultado positivo, destacando a divisão de celulose, cujos preços praticados superaram as expectativas dos analistas da instituição.
Com isso, eles mantiveram a recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$80,00, com potencial de ganho de 39,38%.