A Azul (AZUL4) divulgou, na manhã desta segunda-feira (12), seu balanço referente ao segundo trimestre deste ano.
A companhia reportou prejuízo líquido de R$3,865 bilhões, revertendo lucro de R$497,9 milhões registrado um ano antes, pressionado pela queda no seu resultado operacional e impactada negativamente pela variação cambial.
Em termos ajustados, a companhia teve prejuízo líquido de R$744 milhões, 31,3% maior do que o prejuízo registrado no mesmo trimestre de 2023.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) recuou 9% em um ano, para R$1,052 bilhão, com sua margem Ebitda caindo 1,9 ponto percentual, para 25,2%.
Já sua receita líquida registrou queda anual de 2,3%, para R$4,172 bilhões, impactada negativamente pelas enchentes no Rio Grande do Sul e pela redução temporária de sua capacidade internacional, que caiu 8% quando comparada com o segundo trimestre de 2023.
“Sem esses impactos, estimamos que nossas receitas líquidas teriam ficado acima do segundo trimestre de 2023”, afirmou a companhia.
Para o Goldman Sachs, o resultado apresentado pela companhia foi frustrante, com o Ebitda tendo sido 18% menor do que o projetado pela instituição.
Além disso, os analistas do banco também destacam as reduções em seu guidance como ponto negativo do anúncio, com a companhia projetando que a oferta (ASK) cresça 7% em 2024, 4 pontos percentuais abaixo do estimado anteriormente, enquanto suas perspectivas para o Ebitda foi reduzida para R$6 bilhões, refletindo a expectativa de redução no crescimento da capacidade.
Apesar disso, o Goldman manteve recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$20,10, com potencial de ganho de 152,83% quando comparado com o fechamento de sexta-feira (9), a R$7,95.
Para a Ativa Investimentos os resultados foram fracos, destacando o impacto operacional que as chuvas do Rio Grande do Sul e a menor oferta de voos internacionais, além do aumento do combustível e da desvalorização do real, tiveram na performance da companhia no trimestre.
Com isso, os analistas da corretora mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (AZUL4), sem estabelecer um preço-alvo para elas.
Apesar de considerar os números negativos, o Bradesco BBI afirmou enxergar “perspectiva favorável para o 2S24” da companhia aérea.
“O aeroporto de POA deve retomar parcialmente as operações em outubro, o que pode aumentar o tráfego no estado do Rio Grande do Sul, enquanto a capacidade internacional deve aumentar +4% YoY no 2S24 (de -8% YoY no 2T24)”, afirmaram os analistas da instituição.
“Enquanto isso, a Azul e a GOL começaram a vender passagens por meio de seu acordo de codeshare em julho, o que deve contribuir para os resultados no 2S24”.
Além disso, eles também destacaram que a administração da Azul afirmou que “notícias sobre as negociações com o Grupo Abra podem ser anunciadas em breve”. Caso se confirme uma fusão entre a companhia e a Gol, o time de análises do BBI projeta sinergia de R$10 por ação.
Com isso, eles mantiveram recomendação “Outperform”, equivalente a “Compra” para as ações da companhia (AZUL4), com preço-alvo de R$20,00 para o fim de 2025, com potencial de ganho de 151,57%.