O Bradesco BBI publicou hoje (28) um relatório que traz suas projeções para o resultado da JBS (JBSS3) referente ao terceiro trimestre de 2024.
Os analistas da instituição acreditam que a companhia deve apresentar mais um trimestre forte, “com melhorias sequenciais de margem na JBS Brasil e Seara compensando alguma contração em carne bovina dos EUA, carne suÃna dos EUA e Austrália”.
De forma geral, eles estimam que sua receita lÃquida consolidada deve crescer 20% em um ano, para R$110 bilhões, com o Ebitda mais do que duplicando, para R$10,8 bilhões (+101%) e a margem Ebitda atingindo 9,9%, ligeiramente acima do registrado no mesmo perÃodo de 2023.
Olhando para questões operacionais, o time do BBI acredita que, no Brasil, a disponibilidade de gado ainda favorável no trimestre, os preços sólidos da carne bovina e um real mais fraco devem levar a um avanço de 240 pontos-base (2,40 ponto percentual) na margem Ebitda da JBS em comparação ao segundo trimestre, para 10%.
“Enquanto isso, ambas as divisões de aves devem continuar a alavancar o bom momento do setor em meio à forte demanda e preços no Brasil e nos EUA, embora esperemos uma desaceleração sequencial no México”, pontuam.
“Assim, esperamos que a Seara relate uma margem EBITDA impressionante de 19% (+160 bps QoQ [comparativo trimestral]), enquanto a PPC deve sustentar sua margem EBITDA em altas recentes (modelamos uma leve melhora de 20 bps QoQ [comparativo trimestral] para 17,4%)”.
Com relação ao mercado norte-americano de suÃnos, o BBI estima uma desaceleração em sua margem, que deve recuar 0,60 ponto percentual no comparativo trimestral, para 10,5%.
“Também não vemos mudanças na dinâmica do mercado na carne bovina dos EUA, onde o ciclo negativo deve continuar a cobrar seu preço (esperamos uma margem EBITDA quase de equilÃbrio de 0,2%)”, acrescentam.
“Em nossa visão, o destaque negativo do trimestre deve ser a Austrália, onde esperamos uma margem EBITDA de 9,7% (-400 bps QoQ), com resultados mais fracos sequencialmente em todas as operações de carne bovina, ovina e salmão”.
Com isso, o time de análises da instituição projeta que o “Ãmpeto dos lucros da JBS deve ser sustentado” no terceiro trimestre deste ano.
“Embora acreditemos que as margens devem atingir o pico no trimestre em meio aos spreads de aves que agora estão desacelerando nos EUA (em boa parte devido à sazonalidade), ainda esperamos que a queda do ciclo das aves seja gradual ao longo do 4T24 e 2025, à medida que as restrições de oferta persistem”, afirmam.
Mesmo incorporando resultados mais fracos no segmento de aves no futuro, eles destacam que seguiriam sendo negociadas a 5x EV/EBITDA em 2025, “um desconto injustificado de 7% em relação à sua média histórica e também abaixo dos pares de proteÃnas”.
“Além disso, a probabilidade de a listagem nos EUA avançar parece mais em vigor do que nunca, o que pode ser um evento transformador quando se trata das avaliações em que as ações são negociadas”, acrescentam.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para suas ações (JBSS3) e o posto de Top Pick do setor, com preço-alvo de R$46,00, com potencial de ganho de 32,87% quando comparado com o fechamento da última sexta-feira (25), a R$34,62.
A JBS (JBSS3) divulga seu resultado no próximo dia 13 de Novembro.