O BTG Pactual divulgou, ontem (3), sua carteira recomendada 10SIM referente a Fevereiro.
Os analistas Carlos Sequeira, Leonardo Correa, Antonio Junqueira, Osni Carfi, Guilherme Guttilla e Bruno Henriques, que assinam a publicação, mantiveram uma postura mais defensiva da seleção, de olho no cenário fiscal “incerto”, o aumento dos juros e “a falta de visibilidade dos possíveis catalisadores de curto prazo”.
“Os ativos de risco brasileiros se deterioraram acentuadamente nos últimos meses, uma vez que a confiança dos investidores na
sustentabilidade da estrutura fiscal e na trajetória da dívida do país atingiu os menores níveis de vários anos”, comentam.
“Sem medidas estruturais mais significativas para reduzir o ritmo de expansão da dívida, o que parece altamente improvável, não esperamos uma recuperação sustentada das ações brasileiras”.
Isso tem levado a um aumento da percepção de risco Brasil, que se reflete no aumento do diferencial de juros brasileiro e norte-americano.
“Dito isso, em momentos mais desafiadores, como a recessão de 2015/2016, o prêmio foi em média de 6% e atingiu um pico de mais de 7% em setembro de 2015”, acrescentam.
Sendo assim, o time se manteve concentrado “em ações de fluxo de caixa concentrados no curto prazo, pagadoras de altos dividendos e empresas que se beneficiam de um dólar mais valorizado”.
“Estamos evitando uma exposição mais relevante a varejistas, empresas alavancadas e companhias que possuem a geração de caixa mais concentrada no longo prazo”, comentam.
Com isso, eles realizaram três trocas.
A primeira delas é a substituição dos papéis do Itaú (ITUB4) pelos da B3 (B3SA3), “aumentando um pouco o risco do portfólio”.
“A B3 é agora um modelo de negócio mais diversificado com um yield em potencial de cashback de ~10%”, explicam.
“O aumento da concorrência tem sido um tema recorrente, mas pode levar mais tempo para se materializar do que se temia”.
Outra mudança foi a entrada das ações da Embraer (EMBR3) no lugar da JBS (JBSS3), mantendo a seleção exposta a um “dólar valorizado”.
Eles esperam que a forte dinâmica operacional da Embraer continue e que os próximos resultados do quarto trimestre do ano passado, bem como a revisão do guidance, funcionem como catalisadores para suas ações.
Além disso, eles também trocaram os papéis da Marcopolo (POMO4) pelos da Cury (CURY3) por conta do aprimoramento de programas de moradia populares do Minha Casa, Minha Vida, que tem sido “tão bom que empresas como a Cury se tornaram grandes pagadoras de dividendos”.
Completam a cateira as ações da Petrobras (PETR4), Weg (WEGE3), Eletrobras (ELET3), Suzano (SUZB3), BB Seguridade (BBSE3), Sabesp (SBSP3) e Tim (TIMS3).
No mês passado, a 10SIM registrou valorização de 5,3%, 0,4 ponto percentual acima da alta do Ibovespa, que foi de 4,9%, e 0,3 ponto percentual superior à subida de 4,8% do IBrX-50.
Empresa | Ticker | Peso |
---|---|---|
Petrobras | PETR4 | 15% |
Weg | WEGE3 | 10% |
Eletrobras | ELET3 | 10% |
Suzano | SUZB3 | 10% |
BB Seguridade | BBSE3 | 10% |
Sabesp | SBSP3 | 10% |
B3 | B3SA3 | 10% |
Embraer | EMBR3 | 10% |
Tim | TIMS3 | 10% |
Cury | CURY3 | 5% |
Carteira 10SIM de Fevereiro. Fonte: BTG Pactual