BB Investimentos mantém carteira recomendada inalterada para Novembro

O BB Investimentos divulgou ontem (31) sua Carteira Fundamentalista para o mês de Novembro.

Os analistas Victor Penna e Wesley Bernabé, que assinam a publicação, optaram por não fazer qualquer alteração em comparação à seleção de Outubro.

Isso porque a dupla acredita “que as teses mais cíclicas permanecerão sob pressão e que a tese de qualidade
ainda prevalece, na qual companhias com geração de caixa mais robusta e baixo endividamento se sobressaem” no cenário atual.

Olhando para fora, os analistas destacam que “importantes limitadores para o desempenho de mercados emergentes, que estavam sendo considerados de forma mais tímida, ganharam corpo nas últimas semanas, sobretudo os efeitos decorrentes do desfecho das eleições americanas, cujo resultado conheceremos nos próximos dias”.

Eles afirmam que, olhando especificamente para o mercado brasileiro, o debate em torno dos próximos passos da política monetária norte-americana segue sendo o elemento central da tese de investimentos e que, nesse contexto, “os investidores têm construído algumas convicções em torno das probabilidades de vitória atribuídas a cada um dos candidatos”.

“O quadro de vitória republicana tem sido interpretado como mais inflacionário no curto e médio prazos, com potencial efeito de perda do dinamismo do crescimento global pela imposição de barreiras tarifárias entre EUA-China, fazendo com que o Fed precise adotar uma postura mais austera do que as projeções indicavam”, analisam.

“A conquista democrata é tratada como tendo menor pressão sobre esses fatores, o que poderia desencadear um movimento de enfraquecimento do dólar”.

Eles ainda destacam que, em um cenário onde o crescimento da China não fosse colocado em risco o Brasil poderia se beneficiar por conta do comportamento positivo das commodities.

“Ocorre que, ainda que esse desfecho seja conhecido nos próximos dias, o mercado terá que montar suas posições com base nos primeiros anúncios e expectativas, pois nada de concreto no que diz respeito à política econômica e seus impactos nos indicadores será efetivado nas próximas semanas, ambiente que que eleva a incerteza e acentua a volatilidade”.

Já olhando para o Brasil, a dupla destaca a espera do mercado pela divulgação do pacote de contingenciamento de gastos do governo para que seja cumprida a meta fiscal dos próximos anos.

Eles concluem o relatório afirmando que, apesar dessa espera, que tem gerado uma piora nas expectativas de inflação e, consequentemente, pressionado a política monetária do país, eles seguem otimistas com as perspectivas para a temporada de balanços referente ao terceiro trimestre deste ano.

Em Outubro, a seleção fundamentalista do BB apresentou leve queda de -0,08%, contra recuo de -1,60% do Ibovespa.