Os analistas estão otimistas com a temporada de resultados dos shoppings e de propriedades comerciais referente ao quarto trimestre de 2024.
Em relatório publicado ontem, o time de análises da XP afirmou projetar que a expectativa é que as companhias “continuem a apresentar um bom desempenho”, respaldadas por um mês de Novembro sólido, “apesar dos crescentes desafios macroeconômicos”.
“Prevemos baixos custos de ocupação, o que deve impulsionar uma forte demanda dos lojistas e aumentar gradualmente as taxas de ocupação (+100bps [pontos-base ou 1,00 ponto percentual] A/A em média)”, afirmam Ygor Altero e Ruan Argenton, que assinam a publicação.
“Essa tendência deve contribuir para outro trimestre de ganhos sequenciais de margem NOI por meio da diluição de custos”.
Com relação às receitas das empresas do setor, a dupla projeta que elas devem crescer puxadas pelos efeitos do ajuste do IGP-M, apesar de acreditarem que o impacto real deve ocorrer apenas durante este ano.
Além disso, eles chamam a atenção para alguns efeitos extraordinários que foram destaque no trimestre passado.
No caso da Multiplan (MULT3), eles citam o reconhecimento da venda do JundiaíShopping e de duas landbank, o que deve fazer com que a receita líquida da companhia cresça 59% no comparativo anual enquanto o FFO avance 48%, “apesar das maiores despesas financeiras decorrentes de uma recente emissão de debêntures”.
Já no caso do Iguatemi (IGTI11), o reconhecimento da venda de fração do terreno no Market Place e os ganhos de eficiência decorrentes da diluição de custos dos shoppings atrelado ao forte desempenho do segmento de varejo devem fazer suas margens Ebitda crescerem 3,4% no comparativo anual e seu FFO avançar 16%.
Da mesma maneira, o time de análises do BTG projeta um desempenho sólido do setor, de acordo com relatório também publicado ontem.
A perspectiva dos analistas Gustavo Cambauva, Elvis Credencio e Luis Mollo, que assinam a publicação, é a de que as vendas dos lojistas continuem crescendo nos três últimos meses do ano, apesar do cenário macroeconômico pior.
“Os aluguéis estão subindo lentamente, pois a inflação está acelerando e os custos de ocupação dos lojistas estão sob controle”, comentam.
“Embora as taxas de juros estejam subindo (pressionando os resultados financeiros), o FFO/ação deve crescer 24% a/a, com a Multiplan provavelmente sendo o destaque (maior crescimento de FFO/ação no trimestre)”.