A Petz (PETZ3) e a Cobasi, as duas maiores redes de petshops do país, anunciaram, na semana passada, que acordaram os termos para a sua fusão.
O acordo prevê a incorporação da totalidade das ações da Petz por uma subsdiária detida integralmente pela Cobasi, com os acionistas da Petz detendo 52,6% das ações de emissão dessa companhia combinada enquanto os acionistas da Cobasi deterão 47,4%, que foi classificada como o “maior e mais integrado ecossistema pet do Brasil”.
Isso quer dizer que cada ação ordinária da Petz (PETZ3) equivalerá a 0,0090445 ação ordinária de emissão da Cobasi.
Além disso, os acionistas da Petz receberão R$400 milhões, sendo R$130 milhões em dividendos que serão distribuídos antes do fechamento da operação e R$270 milhões corrigidos pela taxa CDI que será pago na proporção à participação dos acionistas no capital social da Petz na data de fechamento.
O conselho da nova companhia será composto por até 9 membros, sendo 4 deles indicados pela Petz e 5 pela Cobasi.
Para o Bradesco BBI, o anúncio foi positivo, destacando as sinergias da fusão, com 85% delas, com potencial de R$220 milhões a R$330 milhões, podendo ser capturadas em um período de até três anos.
Com relação aos termos acordados, eles chamaram a atenção para “algum nível de incerteza” que os analistas sentiram com relação aos investidores da companhia, “pois o prêmio em dinheiro percebido pago aos acionistas da Petz pode ser, até certo ponto, menor do que os R$ 400 milhões anunciados (e R$ 450 milhões no MoU de abril), em um cenário em que consideramos que uma parte do dividendo é, em última análise, paga pela própria Petz e não necessariamente um valor incremental/prêmio
Sendo assim, eles optaram por manter recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$5,00, com potencial de ganho de 32,63% quando comparado com seu último fechamento, a R$3,77.
A XP também gostou do anúncio, afirmando ser “um alívio na concorrência no mundo físico”.
“Embora esperemos que a dinâmica de resultados de curto prazo permaneça fraca para a Petz, acreditamos que o acordo deve desbloquear sinergias relevantes, dados os modelos de negócios semelhantes das empresas, principalmente no varejo físico”, comentaram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório.
“Além disso, o acordo deve trazer uma concorrência mais racional e, ao mesmo tempo, fortalecer o posicionamento de mercado da NewCo [nova empresa originada da fusão], embora a concorrência on-line ainda seja um desafio”.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação de “Compra” para as ações da Petz (PETZ3), com preço-alvo de R$4,50, com potencial de ganho de 19,36%.
Da mesma forma, o time de análises da Genial Investimentos considerou o anúncio como “bastante positivo para a companhia e que vem em um bom momento − uma vez que “burburinhos” de que a transação poderia não acontecer começavam a ecoar no buy-side“.
“Novamente, frisamos que este é um evento positivo e que muda completamente a escala da Petz, dando maior munição para brigar no on-line com marketplaces generalistas, assim como também deve reforçar o canal físico – que atualmente é o que mais sofre na percepção de preço pelo consumidor'”, afirmaram os analistas Iago Souza e Nina Mirazon.
Apesar disso, por causa do prazo de 6 a 9 meses de aprovação do Cade, a dupla optou por manter sua recomendação “Manter”, equivalente a “Neutra”, com preço-alvo de R$4,20, com potencial de ganho de 11,41%.