A Exame publicou, ontem (25), uma matéria em que afirma que a Azul (AZUL4) chegou a um acordo com 90% dos seus arrendadores, podendo chegar a 100% nos próximos dias, de acordo com fontes ouvidas pelo meio de comunicação.
Caso isso se confirme, a empresa converteria a dívida de US$600 milhões em ações, o que faria com que os arrendadores passassem a deter cerca de 20% a 22% de seus papéis a um valor estimado de R$30,00/ação.
Além disso, a matéria ainda afirma que, com a conclusão da negociação, um aumento de capital, que só era aguardado para Abril ou Maio do ano que vem pelo mercado, pode sair já em Outubro.
“Ninguém quer dar novo dinheiro para pagar dívidas do passado. Os bondholders estão construtivos [sobre a empresa], mas o que querem é colocar novo dinheiro para capitalizar a empresa. para crescimento futuro”, afirmou uma das fontes à Exame.
O objetivo da companhia é levantar entre US$300 milhões e US$400 milhões com seus credores financeiros usando, como garantia, a Azul Cargo, que é avaliada em US$800 milhões.
Uma operação semelhante já foi feita por ela no passado, quando a Tudo Azul, responsável pelo seu programa de fidelidade, foi usada como garantia.
Para a XP, caso esse cenário se confirme, seria positivo para a companhia “e uma importante fonte de alta para as ações no curto prazo”.
“Limitar a diluição dos acionistas em 20-22% (implicando em uma emissão de ações a R$25,25-28,40/ação), versus os atuais níveis de diluição implícita de ~58% (a R$5,10/ação), leva a um corte de ~R$1,8 bilhão na dívida (~95% do valor de mercado atual)”, afirmam os analistas Pedro Bruno e Matheus Sant’anna, que assinam o relatório.
Com relação à possibilidade de um aumento de capital privado já no mês que vem, a dupla também considerou a possibilidade positiva, dada a “posição de liquidez atualmente apertada da empresa”.
A XP tem recomendação “Neutra” para as ações da companhia (AZUL4), com preço-alvo de R$6,60, com potencial de ganho de 29,41% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$5,10.