O BB Investimentos publicou, nesta segunda-feira (16), um relatório em que dá início à cobertura das ações da Allos (ALOS3).
Felipe Mesquita, analista que assina a publicação, destaca que a companhia “é uma gigante do segmento imobiliário, com foco na administração de shoppings centers em todas as regiões do Brasil” e que, depois de uma sequência de operações de fusão e combinação de negócios, ela passou a ter o maior portfólio de shoppings dentre as companhias listadas no país.
O primeiro ponto que a publicação destaca para sustentar sua tese de investimentos é o desenvolvimento de novos empreendimentos por parte da companhia.
“A Allos (por meio das companhias que compuseram seu histórico de combinação de negócios) desenvolveu 18 dos 47
shoppings próprios administrados hoje, detendo, portanto, know-how suficiente para administrar os empreendimentos de seu portfólio, além de realizar todas as etapas necessárias de concepção de um novo shopping, desde sua construção até o estabelecimento da composição do mix de lojas rumo à maturidade do ativo”, comenta.
“No momento, a Allos não tem em seu pipeline nenhum novo desenvolvimento de shopping, tendo em vista o foco atual em seus empreendimentos principais e no desinvestimento de participações minoritárias e shoppings secundários. No entanto, a companhia tem um banco de terrenos (100%) com potencial construtivo de mais de 6,8 milhões de m², que contempla tanto expansões de seus shoppings principais, como projetos multiuso (residencial, hoteleiro, torres comerciais, centros médicos e outros)”.
O analista ainda destaca que a companhia conta com contratos assinados para 49 edifícios em 6 estados diferentes dentre os projetos multiuso, totalizando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$3,6 bilhões até 2033.
“Além de permitir a transformação de terrenos em geração de caixa para a companhia, esses projetos visam robustecer os arredores dos shoppings com público qualificado para utilização de seus empreendimentos, aumentando o potencial de consumo das lojas ali instaladas”, afirma.
Mesquita ainda cita a sua diversificação geográfica e de classes sociais, a sua capacidade de reciclar ativos, a intensificação da exploração do segmento de mídias e seus programas de fidelidade, além do pagamento de dividendos e seus programas de recompra, como fatores que sustentam sua tese de investimentos.
Com relação aos riscos para a sua tese, são pontuados a própria reciclagem de seu portfólio, já que, por conta do contexto atual, a companhia pode “encontrar um cenário mais austero para suas próximas vendas de participações em seus empreendimentos e, ainda que a companhia conte com uma geração orgânica de caixa significativa, isso pode levar a um cenário de desaceleração de investimentos previstos para os próximos exercícios, podendo elevar seus níveis de alavancagem”.
O time de análises do BB ainda cita a possibilidade de atrasos na adaptação de seu mix, a indexação dos contratos de aluguéis, uma potencial perda de controle dos níveis de endividamento e possíveis instabilidades no cenário político e macroeconômico brasileiro como outros fatores de risco à tese da compahia.
Apesar disso, eles iniciam a cobertura atribuindo recomendação de “Compra” para suas ações (ALOS3), com preço-alvo de R$29,00 para o final de 2025, com potencial de ganho de 52,15% quando comparado com o fechamento de sexta-feira (12), a R$19,06.