O BTG publicou, nesta segunda-feira (16), um relatório atualizando suas perspectivas para a Eletrobras (ELET3; ELET6).
Os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken, Maria Resende e Luis Mollo, que assinam a publicação, destacam que, na visãod eles, está na hora da companhia começar a pagar dividendos.
“Geração e transmissão são negócios que consomem caixa antes de tornar ativos operacionais. Quando os negócios amadurecem, a geração de caixa torna-se grande e recorrente. É inevitável que a Eletrobras se torne uma grande pagadora de dividendos”, afirmam.
“Com sua escala, acesso aos mercados de capitais e maturidade dos ativos, é muito difÃcil acreditar que a empresa encontrará várias oportunidades grandes (atraentes) de alocação de capital e evitará o pagamento de dividendos elevados. Para nós, sempre foi uma questão de saber quando começaria a Era dos Dividendos. Acreditamos que os motivos para que essa era comece agora já existem”.
O quarteto afirma que, ainda que as informações públicas relacionadas ao processo de negociação com o governo “sejam limitadas”, os parece que os resultados possÃveis dessa tratativa agora estão restritos “a algumas alternativas”.
“Cenários em que a empresa aloca capital para a Eletronuclear (conforme a imprensa local há alguns meses) ou para o fundo CDE estão fora de cogitação. A elevada posição de caixa acumulada ao longo do tempo não é mais tão necessária como era há pouco tempo”, afirmam.
Com essa questão ficando para trás, eles projetam que deverá ser difÃcil a companhia encontrar encontrar algo em que tenha que realizar investimentos robustos e que, tendo em vista o plano de capex de 2024-2025, “não há razão para não anunciar dividendos sólidos”.
“Os dividendos são um ótimo sinal de disciplina. E tem a capacidade de atrair mais pessoas para sua base de acionistas”, pontuam, citando que a companhia tem uma TIR elevada de 14,5%, um preço de energia implÃcito muito baixo, de R$105/MWh, e é “muito mais volátil que seus pares”.
“O anúncio de uma polÃtica de dividendos e de uma sólida distribuição deve mudar tudo isso, já que os pagadores recorrentes de dividendos são ações premium em nosso universo de cobertura”, projetam.
Eles afirmam que a administração da companhia “fez várias coisas certas nos últimos anos”, faltando apenas uma: o pagamento de dividendos.
“Com o pagamento antecipado ao CDE para trás, é hora de virar a página para a Era dos Dividendos. Isso deve beneficiar muito a empresa (e seus acionistas)”, concluem.
Sendo assim, eles acreditam que, com a tendência de queda de sua alavancagem, ela poderia apresentar um pagamento de dividendos entre R$6 bilhões a R$8 bilhões sem prejudicar seus compromissos de capex e alavancagem e que, se ela seguir esse caminho, “entrará em uma nova fase, muito melhor”.
Com isso, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações (ELET3), com preço-alvo de R$59,00, com potencial de ganho de 66,20% quando comparado com o fechamento de sexta-feira (12), a R$35,50.