O Safra publicou ontem (5) um relatório em que atualiza suas premissas para a Vamos (VAMO3), atualizando suas premissas econômicas e perspectivas para a companhia, principalmente depois do spin-off da Automob (AMOB3).
Para os analistas Luiz Peçanha e Arthur Godoy, que assinam a publicação, consideram que a cisão das concessionárias como algo positivo, “pois aumenta a transparência e a previsibilidade de seus resultados de aluguel”.
A dupla enxerga que a Vamos (VAMO3) deve se beneficiar de um P&L mais limpo, “agora apenas de seu negócio de aluguel”.
“Além disso, a Vamos liberou seu balanço de ativos pesados ao reduzir suas necessidades de fluxo de caixa, o que impactará positivamente sua estrutura de capital no futuro, acelerando seu processo de desalavancagem direcionado”, acrescentam.
Os analistas pontuam que seguem acreditando que a companhia conta com “uma sólida tese de investimentos”, suportada tanto pelo seu tamanho e escala, o que acaba te dando um forte poder de barganha com seus fornecedores, quanto pelo seu potencial de crescimento e sua resiliência e alta previsibilidade de resultados oferecidas por seus contratos de longo prazo.
Apesar disso, por conta das questões macroeconômicas, eles projetam um aumento de 159 pontos-base (1,59 ponto percentual) no custo de capital da companhia, que deve chegar a 12,6%, “principalmente como resultado de um maior custo pós-imposto da dívida (+128 bps [pontos-base]) e custo do patrimônio líquido (+205 bps [pontos-base])”.
“Além disso, em vista das maiores taxas de juros esperadas para os próximos anos, prevemos que a empresa aumentará gradualmente seu rendimento marginal de aluguel de 2,5% para 2,6% para restaurar seu spread de ROIC para níveis mais próximos dos históricos (~7%)”, afirmam.
“Como resultado dessas mudanças, reduzimos em 35% nossa estimativa para a receita da empresa em 2025, para R$ 5,9 bilhões, mas aumentamos em 23,2 pps nossa estimativa para a margem EBITDA da empresa em 2025, devido a um mix de receita melhorado considerando as margens mais baixas do negócio de concessionárias”.
Sendo assim, eles reduziram suas estimativas de lucro da companhia em 27% para este ano e em 28% para o ano que vem, para R$496 milhões e R$866 milhões, respectivamente.
Com isso, eles mantiveram recomendação Outperform, equivalente a “Compra” para suas ações (VAMO3), porém reduziram seu preço-alvo de R$11,90 para R$6,70 (redução de aproximadamente 43,70%), com potencial de ganho de 46,29% quando comparado com o fechamento de sexta-feira (2), a R$4,58.