O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou, na noite de ontem (19), seu balanço referente ao quarto trimestre de 2024.
A instituição reportou lucro líquido ajustado de R$9,6 bilhões, alta de 1,5% quando comparado com um ano antes e superior aos R$9,2 bilhões estimados pelos analistas.
O desempenho foi puxado, principalmente, pelo crescimento de sua margem financeira bruta, que avançou 4% em um ano, para R$26,79 bilhões, das receitas de prestação de serviços e do controle de despesas administrativas, que cresceu menos que a inflação.
Apesar disso, seu retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recuou de 22,5% no quarto trimestre de 2023 para 20,8%.
Já sua provisão de créditos de liquidação duvidosa recuou 7,2% no comparativo anual, para R$9,26 bilhões.
Para este ano, o banco prevê que sua carteira de crédito deve crescer entre 5,5% a 9,5%.
Para o time de análises da XP, o resultado foi fraco.
“Embora tenha apresentado um lucro líquido amplamente em linha com o consenso (+1% vs XPe) e mantido um ROE robusto de 21%, a qualidade dos ativos levantou algumas preocupações”, comentam os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam a publicação.
“Pelo segundo trimestre consecutivo, a PDD ficou abaixo da formação do NPL, que aumentou devido ao setor Agro, levantando preocupações sobre potencial deterioração dos resultados futuros”.
Olhando à frente, o trio acredita que o banco deve enfrentar obstáculos em seus índices de capital em 2025, “devido à incorporação da Resolução CMN 4.966, que impactará o Patrimônio Líquido em aproximadamente R$ 10 bilhões”.
“Apesar de indicar uma recuperação orgânica ao longo de 2025, o banco demonstrou maior cautela, sinalizando uma redução do payout para um intervalo de 40-45% (anteriormente 45%)”, afirmam.
“Embora o novo guidance para o lucro líquido (ponto médio: R$ 39 bilhões) sugira um crescimento modesto de 2%, começamos a questionar a viabilidade dessa meta”.
Apesar disso, eles optaram por manter recomendação de “Compra” para suas ações (BBAS3), com preço-alvo de R$37,00, com potencial de ganho de 28,21% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$28,86.
Para o Safra, o resultado foi negativo x
“Os resultados foram ajudados por um provisionamento menor, que chegou a apenas 71% de cobertura da formação de NPL, incluindo novos empréstimos renegociados, sem mencionar os R$ 7 bilhões em novos empréstimos de rolagem no segmento rural”, afirmam os analistas Daniel Vaz e Maria Luísa Guedes.
“Vemos os piores fundamentos se desenrolando em 2025, já que o RoRWA do BB vem diminuindo desde o 4T23”.
Com isso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (BBAS3), com preço-alvo de R$30,00, com potencial de ganho praticamente estável em comparação ao fechamento de ontem.
Já o time de análises da Genial Investimentos considerou o resultado misto.
“O resultado representa um crescimento modesto de +0,7% t/t e +1,5% a/a, com um ROE de 20,3% (-0,31pp t/t), ainda em um patamar robusto”, afirmam os analistas Eduardo Nishio, Henrique Alhente, Luís Degaspari e Luis Assis, que assinam a publicação.
“No entanto, o guidance para 2025 sugere um crescimento mais contido, com rentabilidade levemente pressionada, refletindo o aumento do custo de crédito e uma desaceleração no ritmo de crescimento da carteira de crédito”.
Apesar disso, o quarteto manteve recomendação de “Compra” para as ações do banco (BBAS3), com preço-alvo de R$40,30, com potencial de ganho de 39,64%.