O Bradesco (BBDC3; BBDC4) divulgou, nesta segunda-feira (5), seu balanço referente ao segundo trimestre deste ano.
O banco reportou lucro líquido recorrente de R$4,716 bilhões, alta de 12% em comparação aos três primeiros meses de 2024 e de 4,4% em um ano, puxado pelas despesas menores com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), aumento de sua margem financeira, receita de serviços e pelo resultado das operações de seguros da instituição.
O resultado superou a projeção do consenso LSEG, que estimava lucro líquido recorrente de R$4,378 bilhões.
Ainda assim, seu retorno anualizado sobre patrimônio líquido (ROAE) recuou 0,1 ponto percentual no comparativo anual, para 10,8%.
Sua margem líquida com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito líquida de PDD, foi de R$8 bilhões, alta anual de 25,7%, enquanto sua margem financeira total recuou 5,9%, para R$15,6 bilhões.
Sua carteira de crédito expandida cresceu 5% em um ano, para R$912,1 bilhões, enquanto despesas de provisão (PDD) expandida caíram 29,3% e a inadimplência recuou 1,4 ponto percentual, para R$7,3 bilhões e 4,3%, respectivamente.
O resultado foi bem recebido pelos analistas.
A XP classificou-o como “positivo”, destacando o crescimento da sua carteira de crédito e do NII com clientes, após seis meses de queda, além do custo de crédito, que apresentou melhora de 29% no comparativo anual.
“Como resultado, o lucro líquido recorrente foi de R$ 4,7 bilhões no 2T (+6% vs XPe e +4% A/A), implicando um ROAE de 11,4%”, afirmaram Bernardo Guttman, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, analistas que assinam o relatório.
“Apesar dos níveis ainda deprimidos, acreditamos que o banco apresentou resultados consistentes apontando para uma trajetória positiva. Os indicadores de qualidade de crédito continuam a melhorar, com o NPL acima de 90 a cair 50 bps”.
Para o trio, o banco “parece pronto para retomar o crescimento gradual com confiança”.
“Apesar dessa recuperação, que pode ser o início de uma trajetória positiva, ainda vemos alguns desafios pela frente e mantemos nossa perspectiva cautelosa”, acrescentaram.
Com isso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (BBDC4), com preço-alvo de R$16,00, com potencial de ganho de 26,48% quando comparado com o fechamento de sexta, a R$12,65.
Os analistas da Genial também consideraram o desempenho positivo, trazendo “perspectivas otimistas para os próximos períodos”.
“Nos primeiros 6 meses de 2024, o Bradesco alcançou um lucro de R$ 8,9 bilhões, correspondendo a uma projeção anualizada de R$ 17,8 bilhões”, afirmaram os analistas Eduardo Nishio, Wagner Biondo, Felipe Oller e Luis Degaspari.
“Com a crescente melhora dos resultados e possivelmente um segundo semestre mais robusto, a administração do banco demonstrou confiança na conference call, indicando que o lucro para o ano deve superar a média do guidance para 2024, que é de R$ 18 bilhões, com o intervalo das estimativas dos analistas variando entre R$ 17,5 bilhões e R$ 18,5 bilhões”.
Eles ainda acrescentam que, embora ainda não tenha alcançado o pleno potencial do banco, “o desempenho do 2T24 nos sugere uma recuperação gradual e constante, apontando para uma melhoria nos resultados nos próximos trimestres”.
Sendo assim, eles reiteraram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$17,00, com potencial de ganho de 34,39%.
Da mesma forma, o Itaú BBA elogiou os números apresentados pelo banco.
“Os resultados do segundo trimestre indicam que o Bradesco está no caminho certo para aumentar a atividade comercial e restaurar a rentabilidade”, afirmam os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, que assinam o relatório.
Apesar disso, eles optaram por manter recomendação “Market Perform”, equivalente a “Neutra”, para suas ações (BBDC4), com preço-alvo de R$15,50, com potencial de ganho de 22,53%.
A Ativa também se mostrou otimista com o resultado.
“O trimestre foi marcado pela melhora no produto bancário, onde o Bradesco não só voltou a crescer mais consistentemente sua carteira, como o spread melhorou após consecutivos trimestres de queda”, afirmou o analista Pedro Serra.
“Vale ressaltar que o resultado do Bradesco não é só positivo no trimestre, é principalmente no qualitativo, nos parece um fim do movimento risk off da carteira enquanto a qualidade segue melhorando, o que dá maior confiança nos próximos resultados do banco”.
Apesar disso, Serra manteve recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$17,00, com potencial de ganho de 34,39%.