O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) divulgou, na noite de ontem (6), seu balanço referente ao segundo trimestre deste ano.
A companhia reportou prejuÃzo lÃquido de R$332 milhões, 21,9% melhor que o registrado no mesmo perÃodo de 2023.
Levando em consideração apenas as operações do grupo continuadas o prejuÃzo foi de R$252 milhões, 19,12% melhor que o registrado um ano antes.
“Equalizando entre os trimestres o efeito referente aos créditos de IR/CSLL sobre o prejuÃzo fiscal, apresentarÃamos um prejuÃzo lÃquido continuado ajustado de R$ 173 milhões, refletindo uma melhora de R$ 95 milhões em comparação com o segundo trimestre de 2023”, escreveu a companhia.
Seu Ebitda (sigla em inglês lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado registrou alta anual de 57,2%, para R$396 milhões.
Já sua receita lÃquida cresceu 2,5% no comparativo anual, para R$4,489 bilhões.
Os números foram bem recebidos pelos analistas.
O Citi considerou o resultado positivo, destacando “o processo assertivo da reviravolta da gestão”.
Para o time de análises da instituição, a margem bruta foi o ponto positivo, refletindo melhorias estruturais anteriores e novas iniciativas, citando a eficiência promocional e receitas de mÃdia no varejo.
Felipe Reboredo e João Pedro Soares, que assinam o relatório, também destacaram o avanço do Ebitda ajustado, que superou em 5% suas estimativas, com o aumento da lucratividade compensando a queda das vendas.
Apesar disso, a dupla manteve recomendação “Neutra” para suas ações (PCAR3), com preço-alvo de R$3,40, com potencial de ganho de 19,30% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$2,85.
Os analistas da XP também consideraram o resultado positivo, destacando a melhoria apresentada pela companhia.
“A rentabilidade foi um destaque, com a margem bruta aumentando 1,9 p.p em relação ao ano anterior, atingindo um nÃvel recorde (de 28,2%), sustentada por melhores condições comerciais com os fornecedores, uma nova polÃtica de descontos, iniciativas de retail media e menores custos logÃsticos, enquanto a margem EBITDA ajustado aumentou 2,1 p.p. em relação ao ano anterior, devido à s eficiências de SG&A decorrentes da abordagem de orçamento base zero”, afirmaram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
“No entanto, apesar da melhora operacional, o prejuÃzo lÃquido foi pior do que nossas estimativas (operações continuadas em -R$272 milhões), devido a despesas de R$55 milhões relacionadas ao fechamento de lojas do Extra Mercado, enquanto a geração de caixa atingiu R$21 milhões, principalmente devido a melhores condições com fornecedores, porém com dÃvida lÃquida aumentando em R$63 milhões T/T”.
Apesar disso, o trio também manteve recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$5,00, com potencial de ganho de 75,44%.
Já o time de análises da Genial Investimentos considerou o resultado “bom”.
“Apesar da bandeira Pão de Açúcar desacelerar as vendas de forma mais intensa do que o projetado (-3,2% vs. Est. Genial), vimos uma forte redução no custo de mercadorias vendidas mais do que compensar o efeito no lucro operacional da companhia nesse trimestre – com o EBITDA aj. se consolidando +2,7% acima de nossa expectativa”, afirmaram Iago Souza e Nina Mirazon, analistas que assinam o relatório.
Apesar disso, a dupla admite que alguns riscos seguem pelo caminho da companhia.
“O alto valor de contingências não provisionados pode ainda ser uma dor de cabeça para a tese no médio prazo, o montante soma cerca de R$ 11,0 bilhões off-balance“, explicaram.
“O montante é parecido com o passivo não provisionado pelo Carrefour (R$ 11,1 bilhões) e consideravelmente maior do que o Assaà (R$ 2,1 bilhões) e o Grupo Mateus (R$ 237 milhões)”.
Apesar disso, eles reiteraram recomendação de “Compra” para suas ações (PCAR3), com preço-alvo de R$4,70, com potencial de ganho de 64,91%.
“Esteja ciente, os riscos são altos, a volatilidade pode assustar, porém a recompensa pode valer a pena”, concluem.