A Vale (VALE3) divulgou, na noite de ontem (19), seu balanço referente ao quarto trimestre de 2024.
A companhia registrou prejuízo líquido atribuível aos acionistas de US$694 milhões, revertendo lucro de US$2,418 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.
O resultado foi impactado em US$1,4 bilhão pelo reconhecimento da redução ao valor recuperável relacionado às operações de níquel de Thompson e em US$ 540 milhões relacionados ao projeto de Extensão da Mina de Voisey’s Bay, após uma revisão dos ativos da Vale Base Metals (VBM).
O desempenho surpreendeu os especialistas, com o consenso LSEG apontando expectativa de lucro de US$1,947 bilhão.
Já o resultado líquido atribuível proforma foi positivo em US$872 milhões, queda anual de 64%.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado recuou 41% no comparativo anual, para US$3,79 bilhões.
Já sua receita líquida de vendas recuou 22%, para US$10,124 bilhões.
Para o BTG, os números apresentados pela companhia foram decentes.
Os analistas da instituição destacam, por um lado, o Ebitda da companhia, impulsionado por um melhor controle de custos do minério de ferro e um EBITDA de cobre 9% acima das expectativas.
Já por outro, eles citam que a geração de fluxo de caixa livre foi moderada, enquanto o Ebitda do níquel permaneceu praticamente zerado.
Além disso, o time de análises do BTG destaca, também, a redução de seu guidance para o capex de 2025, que passou de US$6,5 bilhões para US$5,9 bilhões.
Sobre os proventos anunciados, eles chamaram a atenção para os US$500 milhões em dividendos extraordinários, que não eram esperados.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ADRs, negociadas em Nova York.
Para o Safra, o resultado apresentado foi positivo, com seus analistas destacando o bom controle de custos da companhia e sua eficiência operacional.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (VALE3), com preço-alvo de R$68,00, com potencial de ganho de 22,10% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$55,69.
Da mesma maneira, a Genial Investimentos elogiou os números, minimizando o prejuízo contábil auferido nos três últimos meses do ano passado.
“No geral, os números vieram em linha com nossas estimativas, com exceção do resultado financeiro, que levou a um Prejuízo de -US$807m, surpreendendo negativamente vs. o aguardado pelo consenso”, afirmaram os analistas Igor Guedes, Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza, que assinam a publicação.
“Ainda assim, julgamos que a companhia apresentou dados operacionais sólidos”, continuam, destacando a redução do custo C1/t ex. compras de terceiros, que desacelerou 9,5% em um ano, para US$18,8/t, o menor patamar desde o primeiro trimestre de 2022.
Sendo assim, o quarteto manteve recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$65,20, com potencial de ganho de 17,08%.