O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, ontem (25) à noite, em sua rede social Truth Social, que irá taxar os produtos chineses em 10% “acima de quaisquer tarifas adicionais”.
De acordo com ele, a China não cumpriu a promessa de instituir pena de morte a traficantes da droga fentanil, e que “as drogas estão chegando aos EUA, principalmente através do México, em níveis nunca vistos”.
O país se retratou afirmando que esse tipo de postura dificulta as relações bilaterais e que não é essa a resposta para lidar com a situação.
O embaixador do país nos Estados Unidos, Liu Pengyu, comentou que “ninguém vencerá uma guerra comercial ou uma guerra tarifária” e que a ideia de que a China permitiu que produtores de fentanil levassem a droga para dentro do território norte-americano “é completamente contrária aos fatos e à realidade.
Em outra publicação, Trump ainda disse que irá taxar em 25% “TODOS os produtos” mexicanos e canadenses desde o seu primeiro dia de mandato.
Após a postagem, o presidente eleito conversou por telefone com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, sobre comércio e segurança fronteiriça e, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, foi uma “boa discussão”.
Já o líder da câmara baixa do México, Ricardo Monreal, pegiu para que Trump use de “mecanismos bilaterais e institucionais para combater o tráfico de pessoas, drogas e armas” e não de uma retaliação comercial, já que ela “só prejudicaria os bolsos das pessoas e está longe de resolver os problemas subjacentes”.
Na visão dos especialistas, a fala do presidente eleito visa antecipar possíveis renegociações do acordo firmado tanto com o Canadá quanto com o México no acordo USMCA, que entrou em vigor em 2020 e só poderá ter seus termos revistos em 2026.
Os Estados Unidos foi responsável por 83% das importações do México e 75% do Canadá em 2023.
Os comentários feitos pelo presidente eleito pegaram todos de surpresa.
Em relatório publicado após as postagens, a Moody’s comentou que, apesar de realizar análises como tentativa de prever o cenário econômico e político dos próximos anos, não dá para saber o que está para acontecer, sendo uma grande incerteza dos próximos passos.
Na visão dos analistas da agência, caso a China, o Canadá e o México se posicionem de maneira mais pacífica com a relação, inclusive atendendo a demandas feitas por Trump, as tensões comerciais podem arrefecer, enquanto que uma possível retaliação poderia ter efeito contrário.