A China divulgou, nesta segunda-feira (13), sua balança comercial referente a Dezembro, que registrou superávit de US$104,84 bilhões.
O resultado foi superior aos US$97,44 bilhões registrados em Novembro e aos US$100 bilhões estimados pelos especialistas.
As exportações do país cresceram 10,7% no mês, quando comparadas com um ano antes, bem acima do avanço de 6,7% registrado em Novembro e dos 7,3% projetado pelos especialistas.
O destaque, porém, ficou para as importações, que surpreenderam, revertendo a queda de 3,9% do mês anterior e registrando crescimento de 1,0% no comparativo anual, enquanto os especialistas projetavam recuo de -1,5%.
Para Xu Tianchen, economista-sênior da Economist Intelligence Unit, apesar do resultado melhor que o esperado, não foi algo surpreendente.
“O front-loading comercial se tornou mais visível em dezembro como resultado dos efeitos do Ano Novo Chinês e da posse de Donald Trump”, afirma.
“O crescimento das importações pode ser sustentado pelo estoque de commodities como cobre e minério de ferro, como parte da estratégia de ‘comprar barato’ [da China]”.
Os analistas de research do Barclays partilham da mesma visão.
“O aumento de dois dígitos nas exportações de dezembro (liderado pelos EUA e ASEAN), juntamente com o aumento nos novos pedidos de exportação do PMI, corrobora nosso julgamento anterior de que a ameaça de tarifas poderia afetar os padrões de exportação nos próximos trimestres, com um potencial aumento nas remessas antes da introdução de novas tarifas, seguido por uma queda”, afirmaram, em nota.
“No geral, acreditamos que o modesto aumento nas importações e a redução da inflação do CPI [sigla em inglês para Índice de Preços ao Consumidor] sugerem que a recente recuperação da demanda doméstica ainda é muito superficial e fraca”.
Da mesma maneira, o economista para a China na Capital Economics, Zichun Huang, acredita que no caso das exportações, elas devem continuar crescendo no curto prazo, sustentadas pelo yuan mais fraco e pelo processo de antecipação de tarifas, mas que uma desaceleração ao longo do ano deve acontecer.
Já no caso das importações, ele acredita que uma melhora também pode ser vista, impulsionada por uma “demanda mais forte por commodities industriais, com gastos fiscais acelerados”, ainda que essa procura não tenha vindo do consumidor, diretamente.
Com isso, é praticamente um consenso que, se a segunda maior economia do mundo não apresentar novas medidas fiscais e monetárias para impulsionar sua demanda interna, deverá enfrentar dificuldades ao longo do ano.