A China divulgou, nesta terça-feira (10), sua balança comercial referente a Novembro, registrando superávit de US$97,44 bilhões. O resultado superou o registrado em Outubro e os US$94 bilhões estimados pelos especialistas.
Suas exportações cresceram 6,7% no comparativo anual, bem abaixo dos 12,7% registrados em Outubro e dos 8,5% projetados.
Já suas importações caíram -3,9% depois de recuarem -2,3% em Outubro, surpreendendo os especialistas, que previam leve alta de 0,3%. Este é o pior resultado registrado nos últimos nove meses.
Os envios para os Estados Unidos, Europa e Associação das Nações do Sudeste Asiático avançaram 8%, 7,2% e 15%, respectivamente, em um ano, enquanto suas importações de produtos norte-americanos, europeus e da ASEAN caíram 11%, 6,5% e 3%, respectivamente.
Xu Tianchen, economista-sênior da Economist Intelligence Unit, atribuiu o resultado à baixa demanda global.
“A demanda global não está muito forte, dados de outros grandes exportadores como Coreia do Sul e Vietnã também apontam para diferentes níveis de desaceleração”, afirma, em nota.
“Os primeiros sinais de uma concentração comercial antecipada em antecipação às tarifas de Trump no ano que vem começaram a surgir, mas o impacto total não será sentido até os próximos meses, especialmente dezembro e janeiro”.
Por outro lado, Zichun Huang, economista da Capital Economics para China, acredita que essa desaceleração projetada por conta das tarifas a serem impostas por Trump pode ocasionar um crescimento das exportações no curto prazo.
Isso porque, de acordo com ele, os importadores norte-americanos podem antecipar o eminente processo de taxação dos produtos chineses.
Da mesma maneira, Huang também acredita que as importações podem apresentar um resultado melhor daqui para a frente, conforme as medidas fiscais e monetárias já anunciadas e as que estão por vir surtem efeito, principalmente para as commodities.
“Despesas fiscais robustas, muitas delas provavelmente direcionadas a investimentos, devem impulsionar a demanda por commodities industriais nos próximos meses”, acrescentou.