O Banco Central Europeu anunciou, nesta quinta-feira (12), que reduziu as taxas de juros da Zona do Euro em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual).
Desta maneira, a taxa principal passou a 3,15% ao ano, enquanto a taxa de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez foi reduzida para 3,40% ao ano e a Taxa de Facilidade Permanente de Depósito caiu para 3,00% ao ano.
O movimento foi em linha com o estimado pelo consenso de especialistas, apesar de alguns deles preverem que a redução seria maior, de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual), dado o conjunto de dados abaixo do esperado que a economia do bloco tem apresentado recentemente.
De acordo com a presidente do BCE, Christine Lagarde, alguns dos integrantes do comitê chegaram a propor que a redução fosse de intensidade maior, mas que eles acabaram convencidos e que a decisão de um corte mínimo foi “unânime”.
Lagarde destacou, em coletiva de imprensa após o anúncio, que a motivação para reduzir os juros foi dada por conta dos “riscos negativos para o crescimento” da Zona do Euro.
“A direção da viagem atualmente é muito clara”, afirmou ela, dando a entender que novos cortes devem acontecer no ano que vem, apesar de ter enfatizado que o ritmo para tal seria definido reunião a reunião.
Para Dean Turner, economista-chefe da Zona do Euro na UBS Global Wealth Management, a tendência, hoje, é que o BCE tenha que “fazer mais, não menos, para apoiar a economia [do bloco] em 2025”.
“É mais provável que isso resulte em novos cortes no final de 2025, em vez de movimentos maiores no curto prazo”, projeta.
O economista-sênior do Barclays, Mariano Cena, partilha da mesma visão.
Para ele, Lagarde deixa claro que a flexibilização monetária ainda vai acontecer, porém de forma gradual e contínua, não de forma abrupta.
Derek Halpenny, chefe de research do MUFG, também acredita nesse cenário de flexibilização gradual, a não ser que os dados econômicos apresentem um enfraquecimento extra, o que poderia levar a uma redução de juros mais intensa.
O economista do banco holandês ING, Carsten Brzeski, acredita que o banco está “particularmente otimista” com as perspectivas econômicas para a Zona do Euro.
“O banco não levou em conta Trump e a França e ainda está apostando no retorno do consumidor”, afirmou.
“À primeira vista, essas previsões parecem até um cenário de Cachinhos Dourados: bom demais para ser verdade”.
Sendo assim, Brzeski projeta que o BCE pode ter a necessidade de acelerar o ritmo em meados do ano que vem.