O Departamento de Estatísticas da Alemanha (Destatis, na sigla em inglês) divulgou, hoje (22), sua leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao terceiro trimestre do ano.
A economia alemã registrou avanço trimestral de 0,1%, 0,1 ponto percentual abaixo do registrado no período anterior e do estimado pelos especialistas.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, o PIB alemão recuou -0,3%, também 0,1 ponto percentual abaixo do registrado anteriormente e do projetado.
PIB (3T24) – Alemanha | Resultado | Projetado | Anterior |
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Comparativo Trimestral | 0,1% | 0,2% | 0,2% |
Comparativo Anual | -0,3% | -0,2% | -0,2% |
O crescimento do país está abaixo da média da União Europeia desde 2021 e, pelas projeções, deve encolher pelo segundo ano consecutivo em 2024.
Claus Vistesen, economista-chefe da zona do euro na Pantheon Macroeconomics, vocalizou sua preocupação em relatório enviado a clientes hoje.
“A economia alemã mal avançou no terceiro trimestre, continuando a tendência de praticamente nenhum crescimento na maior economia da zona do euro”, comentou.
O analista do banco LBBW, Jens-Oliver Niklasch, partilha da mesma visão.
Em relatório, ele comentou que os dados “enfatizam a extensão da crise atual da Alemanha “, chamando a atenção para o fato de que a produção econômica do país “está estagnada, melhor das hipóteses”.
Andreas Scheuerle, economista do Deka Bank, afirma que o momento que passa a Alemanha é fruto de questões cíclicas e estruturais que a estavam atingindo “de forma tóxica”.
“A Alemanha está envolvida em uma fase tortuosamente prolongada de estagnação”, pontua.
Da mesma maneira, para o time de análises do banco holandês ING, a maior economia da Zona do Euro vive um contexto complicado.
Os analistas afirmam que, apesar da economia alemã ter conseguido evitar uma recessão durante o verão, “uma recessão de inverno está se aproximando”.
“Olhando além do inverno, a perspectiva de crescimento alemã dependerá fortemente da capacidade do novo governo de fortalecer a economia doméstica em meio a uma potencial guerra comercial e políticas industriais ainda mais fortes nos EUA”, acrescentam, em nota publicada hoje.