A China divulgou, na noite de ontem (16), uma série de dados relacionados à sua economia.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 1,6% no comparativo trimestral, em linha com o projetado, e 5,4% no comparativo anual, superando as expectativas dos especialistas, que previam crescimento de 5,0%.
O crescimento acumulado do PIB em 2024 foi de 5,0%, atingindo a meta estipulada pelo governo chinês.
Em Dezembro, o varejo da China cresceu 3,7%, 0,7 ponto percentual acima do registrado em Novembro e 0,2 ponto percentual superior ao projetado. Com isso, ele acumulou alta de 3,48% em 2024.
Sua indústria registrou alta de 6,2% em Dezembro, 0,8 ponto percentual acima do mês anterior e do estimado pelos especialistas, acumulando crescimento de 5,8% no ano passado.
Por outro lado, os investimentos em ativos fixos registrou crescimento de 3,2% quando comparado com Dezembro de 2023, 0,1 ponto percentual abaixo de Novembro e do esperado.
Olhando para o mercado imobiliário, os preços dos imóveis caíram -5,3% no último mês de 2024, quando comparados com um ano antes, o menor recuo já registrado desde 2023.
Já com relação ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego apresentou crescimento de 0,1 ponto percentual em Dezembro, passando a 5,1%, ante estimativa de manutenção dos 5,0%.
Para Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management, em uma nota, o resultado veio graças aos pacotes de medidas anunciados pelo governo chinês ao longo do ano passado.
“A mudança de postura política em setembro do ano passado ajudou a economia a se estabilizar no quarto trimestre, mas requer um estímulo político grande e persistente para impulsionar o ímpeto econômico e sustentar a recuperação”, afirmou ele.
O chefe de investimentos em múltiplos ativos do BNP Paribas Securities da China, Wei Li, partilha da mesma visão, destacando que “o quadro é mais positivo do que provavelmente a maioria dos investidores esperava”.
Apesar disso, Li acredita que mais esforço por parte do governo deverá ser feito para impulsionar a demanda interna do país.
Chaoping Zhu, estrategista de mercado global do JP Morgan Asset Management em Xangai, pontuou que, apesar de positivo, as perspectivas ainda são encaradas com certa desconfiança, com o mercado à espera de “mais clareza política após o Ano Novo Chinês”, que acontece em Fevereiro.
O pesquisador-sênior da National Institution for Finance and Development, Bruce Pang, projeta que mais ações devem ser tomadas pelas autoridades chinesas.
“Eles estão apostando em uma infusão substancial de estímulos políticos e reformas para turbinar a economia do país em 2025, revigorando a demanda doméstica e afastando o efeito desinflacionário”, comentou.
Já o Morgan Stanley acredita que os resultados são “transitórios”.
“Continuamos a ver o crescimento enfraquecendo novamente a partir do 2T25 em meio a exportações mais lentas (devido a tarifas e redução do carregamento antecipado), fraqueza renovada no mercado imobiliário e [um] ciclo contínuo de deflação”, escreveram, em nota, os analistas da instituição.