As lideranças chinesas prometeram que irão implementar medidas fiscais “mais proativas” e uma política monetária “moderadamente” mais flexível no ano que vem, de acordo com o comunicado do Partido Comunista.
O objetivo seria impulsionar o consumo doméstico do país, que vem sofrendo dificuldades desde o fim das restrições sanitárias da pandemia.
A publicação afirma que a reunião do Politburo, que ocorrerá entre 11 e 12 de Dezembro, deve buscar formas de estabilizar os mercados imobiliário e de ações, ao mesmo tempo em que fortalecerá o ajuste “anticíclico não convencional” da segunda maior economia do mundo.
O Politburo é o principal órgão decisório do Partido Comunista Chinês e é liderado pelo presidente da China, Xi Jinping.
Para os especialistas, o anúncio é positivo e mantém viva a esperança de que o país consiga atingir sua meta de crescimento nos próximos anos.
“Espera-se que isso impulsione o crescimento econômico da China no ano que vem, à medida que mais políticas fiscais e monetárias serão implementadas”, afirmou Ken Cheung, estrategista-chefe de câmbio para a Ásia no Mizuho Bank em Hong Kong.
Frances Cheung, chefe de taxas da Ásia e estratégia de câmbio do OCBC em Cingapura, partilha da mesma visão.
“Isso dá grande esperança de mais apoio monetário, incluindo cortes diretos nas taxas de juros”, disse ele.
O anúncio veio após os dados de inflação do país referentes a Novembro frustrarem as expectativas dos especialistas.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) recuou -0,6% no comparativo mensal, 0,3 ponto percentual inferior à queda de -0,3% de Outubro e 0,2 ponto percentual abaixo dos -0,4% projetados pelos especialistas.
Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o CPI avançou 0,2%, 0,1 ponto percentual abaixo da leitura anterior e 0,3 ponto percentual inferior ao estimado.
Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu -2,5% em comparação a Novembro de 2023, 0,4 ponto percentual melhor do que o registrado em Outubro e 0,3 superior aos -2,8% estimados pelos especialistas.
O resultado mantém vivo os temores com a demanda interna do país, que tem frustrado as expectativas mês a mês, colocando cada vez mais peso nas exportações chinesas, que fazem caminho contrário e são responsáveis por sustentar o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Os especialistas comentam que, nesse contexto, a eleição de Donald Trump para a Casa Branca pode agravar ainda mais a situação, já que, em seu primeiro mandato, o republicano travou uma guerra comercial com a China, impactando diretamente o que, neste momento, é o motor econômico do país.
Dessa maneira, o comunicado aumenta ainda mais as expectativas por eventuais anúncios de medidas até o final do ano e no começo do ano que vem.