O Instituto de Estatística da Zona do Euro (Eurostat) divulgou hoje a primeira leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco referente ao quarto trimestre do ano passado.
A economia da União Europeia não apresentou crescimento (0,00%) no comparativo trimestral, depois de crescer 0,4% no trimestre anterior.
Em comparação a um ano antes, ela registrou avanço de 0,9%, mesmo crescimento registrado no terceiro trimestre de 2024.
Dentre as principais economias do bloco que também divulgaram suas primeiras leituras do PIB, destaque para a Alemanha, que registrou queda de -0,2% tanto no comparativo trimestral quanto no anual.
A taxa de desemprego do bloco também aumentou, chegando a 6,3% em Dezembro, de 6,2% em Novembro, conforme dados divulgados em outro relatório.
O resultado foi mal recebido pelos especialistas, que se mostraram preocupados com a situação econômica do bloco e que projetam que o BCE terá de dar uma resposta mais contundente em sua política monetária.
“A estagnação do PIB da Zona do Euro no quarto trimestre apoia a nossa visão de que as perspectivas econômicas da região são piores do que a maioria pensa”, afirma Jack-Allen Reynolds, vice-economista-chefe da Zona do Euro na Capital Economics.
“Esperamos que isso leve o BCE a cortar as taxas de juros mais vezes esse ano do que o esperado pelo mercado”.
Os analistas econômicos do banco holandês ING partilham da mesma visão.
Para eles, “a economia parece estar em crise” e não esperam que isso mude no primeiro trimestre.
“As primeiras indicações para o primeiro trimestre são de que a economia vai pairar em torno da estagnação um pouco mais”, afirmam.
Com relação à resposta do BCE sobre a situação, eles projetam que a autoridade monetária pode levar os juros para um patamar inferior ao neutro, quando ele nem estimula nem desestimula a economia, chegando a 1,75% ao ano.
Caso isso se concretize, eles acreditam que a demanda doméstica poderá ter algum incentivo, impulsionando o crescimento econômico novamente.