O Departamento de Estatística da Alemanha (Destatis, na sigla em inglês) divulgou, nesta quinta-feira (28), os dados preliminares do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente a Novembro.
A prévia da inflação alemã registrou queda de -0,2% no comparativo mensal, depois de subir 0,4% em Outubro. O resultado foi em linha com o estimado pelos especialistas.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, o índice avançou 2,2%, 0,2 ponto percentual acima do registrado no mês anterior, porém 0,1 ponto percentual abaixo do estimado.
O cálculo harmonizado, para equivaler o índice do país ao das demais economias da Zona do Euro, registrou alta de 2,4%, assim como em Outubro, ante expectativa de avanço de 2,6%.
Apesar de majoritariamente abaixo do estimado, o fato do índice harmonizado ter se mantido no mesmo patamar do mês passado enquanto a inflação bruta subiu fez com que os especialistas considerassem o resultado negativo, aumentando a possibilidade de uma eventual resistência a uma aceleração no ritmo de cortes.
“Olhando para o futuro, a estabilização da inflação em um nível um pouco alto ainda parece prestes a acontecer, à medida que os efeitos favoráveis da base de energia continuarão se esgotando enquanto os salários estão aumentando”, comentam os analistas do banco holandês ING.
“No entanto, com a atual virada do mercado de trabalho, o crescimento dos salários deve cair mais significativamente do que se pensava anteriormente, levando a pressões mais desinflacionárias no próximo ano”.
Com isso, eles projetam que a inflação do país deve permanecer entre 2% e 2,5% no ano que vem.
Sendo assim, eles acreditam que os números devem fazer crescer a resistência de anunciar um corte de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) na taxa de juros da Zona do Euro em Dezembro, respaldada, também, pela melhora do sentimento do consumidor europeu em Outubro.
“No entanto, ainda mais importante do que o debate sobre 50bp ou 25bp na reunião de dezembro é a questão de quão longe o BCE acabará por ir com os cortes de juros”, comentam.
“Aqui, Schnabel tentou marcar sua taxa terminal preferida entre 2% e 3%, enquanto os comentários de Philip Lane anteriormente sugeriram que o BCE poderia claramente ir abaixo de qualquer nível de taxa de juros neutra no próximo ano”.