O Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou, nesta quarta-feira (15), o Índice de Preços ao Consumidor norte-americano referente a Dezembro.
A inflação do país avançou 0,4% no mês, 0,1 ponto percentual acima do registrado em Novembro, porém em linha com o projetado.
Em comparação a um ano antes, o índice registrou alta de 2,9%, 0,2 ponto percentual acima do resultado do mês anterior, mas também em linha com o estimado pelos especialistas.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos e da energia, registrou alta mensal de 0,2% e anual de 3,2%. Em ambos os comparativos, o resultado foi 0,1 ponto percentual abaixo de Novembro e do projetado.
O resultado foi bem recebido pelos especialistas.
Para Ellen Zentner, economista-chefe estrategista da Morgan Stanley Wealth Management, ele deve ajudar a aliviar um pouco do clima entre os integrantes do Federal Reserve (FED), banco central norte-americano.
“Não mudará as expectativas para uma pausa no final deste mês, mas deve conter algumas das conversas sobre o Fed potencialmente aumentar as taxas”, afirmou ela.
“E a julgar pela resposta inicial do mercado, os investidores pareceram sentir uma sensação de alívio após alguns meses de leituras de inflação mais rígidas”.
O economista-chefe da SS Economics e professor da Loyola Marymount University, Sung Won Sohn, destaca que, apesar do alívio apresentado, o resultado ainda indica que o país enfrenta um problema “de última milha” no combate à inflação.
“Os principais impulsionadores da inflação, incluindo gás, alimentos, veículos e abrigo, continuam sendo desafios persistentes”, comentou.
“No entanto, há sinais de esperança de que as pressões inflacionárias de longo prazo podem continuar a diminuir, auxiliadas por tendências moderadas em setores críticos, como abrigo e custos trabalhistas”.
No mercado, o resultado foi bem recebido mas trouxe poucas mudanças dos investidores com relação às perspectivas para a política monetária norte-americana.
De acordo com dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group, a maioria deles segue prevendo apenas um corte este ano, agora passando para o encontro do comitê de política monetária do FED marcado para Junho. Até ontem, a previsão é que essa redução deveria acontecer em Julho.
Apesar disso, as apostas em duas reduções de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) ao longo do ano, com a taxa de juros norte-americana encerrando 2025 no intervalo entre 3,75%-4,00% ao ano, aumentou de 24,7% para 30,6%.