O Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou, nesta quarta-feira (12), o seu Índice de Preços ao Consumidor referente a Janeiro.
A inflação norte-americana avançou 0,5% no comparativo mensal, acelerando 0,1 ponto percentual em comparação ao resultado de Dezembro e surpreendendo os especialistas, que esperavam desaceleração de 0,1 ponto percentual, para 0,3%.
Em comparação a um ano antes, ela registrou alta de 3,0%, também acelerando 0,1 ponto percentual em comparação ao relatório anterior e superando as expectativas de nova alta de 2,9%.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos e de energia, registrou alta mensal de 0,4%, 0,2 ponto percentual acima de Dezembro e 0,1 ponto percentual superior ao projetado.
No comparativo anual, o núcleo subiu 3,3% em Janeiro, 0,1 ponto percentual superior ao relatório anterior e 0,2 ponto percentual acima do esperado.
O avanço do índice cheio foi puxado pelos custos de moradia e alimentos, com ambos avançando 0,4%.
No caso do segundo grupo, o maior impacto veio da alta nos preços dos ovos, que subiram 15,2% por conta de problemas relacionados aos casos de gripe aviária no país.
O resultado surpreendeu os especialistas, que adotaram um tom mais cauteloso para abordar a elevação dos preços no país.
Neil Birrel, da Premier Miton Investments, afirmou que não há nada de positivo na leitura do mês passado.
Isso porque, além dos destaques com moradia e alimentação, o núcleo da inflação também não tem se comportado da forma como era esperado, se mostrando resiliente.
Para ele, o relatório de hoje justifica a postura mais cautelosa do Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, com relação à política monetária do país.
Ontem, Jerome Powell, presidente do FED, afirmou, em reunião do Comitê Econômico do Senado norte-americano, que não existe pressa em cortar os juros daqui para a frente.
No mercado, a expectativa por um corte nos juros este ano segue majoritária, com os investidores prevendo, agora, que ela deve acontecer em Outubro e não mais em Julho como previam ontem, de acordo com dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group.
Apesar disso, aumentaram as apostas de que o FED não deve mais anunciar nenhum corte este ano, passando de 19,6% ontem para 28%.
Powell volta a falar no Senado norte-americano hoje e deve tratar sobre o relatório recém-divulgado.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do FED está marcada para os dias 18 e 19 de Março.