O Departamento de Estatística da Zona do Euro (Eurostat, na sigla em inglês) divulgou, nesta sexta-feira (29), os dados preliminares do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente a Novembro.
A prévia da inflação do bloco recuou -0,3% no comparativo mensal, depois de avançar 0,3% em Outubro.
Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o índice registrou alta de 2,3%, 0,3 ponto percentual acima do mês anterior, porém em linha com o projetado.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos, energia, álcool e tabaco, recuou -0,6% no comparativo mensal, depois de subir 0,2% em Outubro, e manteve alta 2,7% no comparativo anual, assim como no mês anterior, 0,1 ponto percentual abaixo do estimado.
Prévia de Novembro | Atual | Projeção | Anterior |
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CPI (Mensal) | -0,3% | – | 0,3% |
CPI (Anual) | 2,3% | 2,3% | 2,0% |
Núcleo do CPI (Mensal) | -0,6% | – | 0,2% |
Núcleo do CPI (Anual) | 2,7% | 2,8% | 2,7% |
Já a inflação de serviços da Zona do Euro registrou queda de -0,9% no comparativo mensal e alta de 3,9% no comparativo anual, 0,1 ponto percentual abaixo do registrado em Outubro.
O relatório dividiu a opinião dos especialistas com relação aos próximos passos do Banco Central Europeu (BCE) quando se trata da política monetária da Zona do Euro.
Kyle Chapman, analista de mercado de câmbio do Ballinger Group, considerou o resultado positivo.
Em nota publicada após o anúncio, Chapman atribuiu a alta do índice cheio à volatilidade nos preços da energia, mas destacou que o principal ponto positivo é a queda mensal da inflação de serviços.
“Com o cenário de crescimento parecendo fraco, ainda não há dúvidas de que a inflação cairá para 2% de forma sustentável no ano que vem”, pondera.
“A economia ainda não está caindo de um penhasco e há incerteza sobre onde está a taxa neutra, então não há necessidade urgente de começar a antecipar os cortes”.
Já para a economista-sênior para a Europa da Pantheon Macroeconomics, Melanie Debono, acredita que a série de dados divulgados recentemente, com destaque para o maior crescimento dos salários no terceiro trimestre do ano, devem evitar um corte maior nos juros do bloco econômico.
Ainda assim, ela acredita que a decisão não será unânime e, caso o corte a ser anunciado em Dezembro seja de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), como ela espera, a expectativa é que tanto em Janeiro quanto em Março sejam feitos mais dois cortes de mesma magnitude.