O Instituto Nacional de Estatísticas do Reino Unido divulgou, nesta quarta-feira (15), seu Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente a Dezembro.
A inflação britânica avançou 0,3% no comparativo mensal, 0,2 ponto percentual acima do resultado registrado em Novembro, e 2,5% no comparativo anual, 0,1 ponto percentual abaixo do relatório anterior.
O resultado foi melhor que o estimado pelos especialistas, que projetavam alta mensal de 0,4% e anual de 2,6%.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos, energia, álcool e tabaco, teve alta de 0,3% em um mês e de 3,2% em um ano, também ficando abaixo do que era esperado, com as perspectivas dos especialistas indicando crescimento mensal de 0,5% e anual de 3,4%.
De forma geral, os especialistas consideraram que o alívio inesperado na inflação do Reino Unido deve mantém viva a perspectiva de um processo gradual de flexibilização monetária por parte do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
Luke Bartholomew, vice-economista-chefe da ABRDN, partilha dessa visão.
“Por enquanto, este relatório um pouco mais fraco deve ajudar a tranquilizar os investidores de que o BoE pode continuar com seu ciclo de flexibilização gradual, e esperamos o próximo corte de juros em fevereiro”, afirmou.
O estrategista de investimentos da Nutmeg, gestora de patrimônio digital do JP Morgan, Scott Gardner, acredita que os próprios integrantes do BoE estarão mais aliviados com o relatório de hoje, abrindo espaço para um novo corte no próximo encontro do seu comitê de política monetária.
Por outro lado, Sanjay Raja, economista-chefe do Deutsche Bank no Reino Unido, acredita que o alívio não indica que a inflação está em um processo linear de desaceleração à meta, citando aumentos, em Abril, no salário mínimo e nas contribuições previdenciárias dos empregadores, bem como maiores custos com energia e alimentos, como fatores que devem impactar os números no curto e médio prazos.
“Dito isso, o aumento no ritmo dos preços provavelmente será temporário, com a inflação de preços prevista para se normalizar para níveis mais consistentes com a meta no ano que vem”, conclui.