O Instituto Nacional de Estatísticas do Reino Unido divulgou, nesta quarta-feira (18), a inflação da região referente a Novembro.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,1% em comparação a Outubro, 0,5 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior, e subiu 2,6% quando comparado com o mesmo mês do ano passado, 0,3 ponto percentual acima do relatório anterior e o maior patamar já registrado desde Março deste ano.
Apesar disso, o resultado mensal e anual vieram em linha com o projetado pelos especialistas.
O resultado foi puxado pelos preços de energia, devido ao aumento do teto da banda estipulado pelo regulador para o inverno britânico.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos, energia, tabaco e álcool, permaneceu estável (0,00%) no comparativo mensal, depois de subir 0,4% em Outubro, e avançou 3,5% no comparativo anual, 0,2 ponto percentual acima do registrado no relatório anterior, porém 0,1 ponto percentual abaixo do estimado.
A inflação de serviços, que tem sido o foco do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) para decidir sobre a política monetária britânica, permaneceu inalterada em 5,0%, 0,1 ponto percentual abaixo do projetado pelos especialistas, porém 0,1 ponto percentual acima do estimado pelo BC.
Para os especialistas, a trajetória ascendente do CPI do Reino Unido pode continuar nos próximos meses, mas se dividem sobre os impactos que o movimento deve causar na política monetária da região, principalmente por conta da inflação de serviços.
Para a Capital Economics, uma redução na taxa de juros britânica está “completamente descartada” em Dezembro, já que o aumento de preços do setor não desaceleraram.
Por outro lado, George Dibb, diretor associado de política econômica do Institute For Public Policy Research (IPPR), acredita que exista margem para uma redução mínima, de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), já que ela está em linha com as projeções do BoE.
“A verdadeira preocupação é o crescimento do Reino Unido, mais fraco do que o esperado, agora ficando atrás das projeções do próprio Banco [Central]”, afirmou ele, em nota.
Os analistas do banco holandês ING acreditam que a inflação do setor deve começar a recuar nos primeiros meses do ano que vem, conforme ajustes anuais vinculados à inflação nos preços dos serviços de telefone e internet forem feitos.
“Eles geralmente estão vinculados a taxas passadas de inflação geral que, até 2024, têm sido bem benignas”, afirmam, em nota.
“Esses aumentos anuais de preços para vários serviços devem, portanto, ser menos agressivos em abril do que vimos no início deste ano”.
No mercado, as apostas em uma redução nos juros do Reino Unido em Dezembro tiveram um ligeiro aumento, apesar da grande maioria dos investidores continuar prevendo que o Banco da Inglaterra deve “pular” a última reunião do ano, mantendo os juros inalterados em 4,75% ao ano.