O Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou, nesta quinta-feira (10), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente a Setembro.
O índice oficial de inflação dos Estados Unidos registrou alta mensal de 0,2%, mesmo avanço registrado em Agosto e 0,1 ponto percentual acima do esperado pelos especialistas.
No comparativo anual, o CPI avançou 2,4%, 0,1 ponto percentual abaixo do mês anterior, mas 0,1 ponto percentual superior ao estimado.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos e da energia, registrou alta mensal de 0,3%, em linha com Agosto e 0,1 ponto percentual acima do projetado, e alta anual de 3,3%, 0,1 ponto percentual superior ao registrado no mês anterior e ao esperado pelos especialistas.
Olhando para este relatório, os especialistas destacaram, de forma geral, que o processo de desinflação da economia norte-americana segue, apesar de adotar um ritmo mais lento do que projetavam.
No mesmo horário, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou o seu relatório semanal do programa de seguro-desemprego do país.
Foram registrados 258 mil novos pedidos pelo auxílio no período, 33 mil a mais do que na semana passada e 27 mil acima do estimado pelos especialistas.
Com isso, a média de pedidos das últimas quatro semanas saltou de 224,25 mil para 231 mil.
Os pedidos contínuos pelo seguro-desemprego, que passam de uma semana de participação no programa, tiveram um salto 42 mil, para 1,861 milhão, ante expectativa de alta de 11 mil, para 1,830 milhão.
De acordo com os especialistas, o crescimento acima do projetado foi ocasionado pelo furacão Helene, que passou pelo país no final do mês passado, com seu efeito podendo ser agravado pela passagem do furacão Hilton, que atingiu ontem a Flórida.
Apesar disso, a perspectiva é de que o mercado de trabalho se mantém desacelerando porém segue com níveis saudáveis.
No mercado, a interpretação dos dados fez com que aumentassem as apostas em um corte de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) na taxa de juros dos Estados Unidos no próximo encontro do comitê de política monetária do FED (FOMC, na sigla em inglês).
De acordo com dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group, 86,3% dos investidores projeta, depois das divulgações, uma corte mínimo, contra 13,7% deles que acredita que a autoridade monetária deve manter os juros inalterados.
Ontem, 80,3% dos investidores apostavam em um corte mínimo contra 19,7% que projetava que os juros seriam mantidos.
Olhando para o futuro, as perspectivas não se alteraram, com o mercado prevendo mais um corte de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) em Dezembro, com a taxa de juros norte-americana encerrando o ano no intervalo entre 4,25%-4,50%.
Da mesma maneira, os investidores seguem prevendo que os juros do país devem cair mais 75 pontos-base (0,75 ponto percentual) no primeiro semestre do ano que vem, para o intervalo entre 3,50%-3,75% ao ano, patamar que deve ser mantido até, pelo menos, Setembro de 2025, com um novo corte de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) sendo esperado em Outubro.