O Departamento de Estatística da União Europeia (Eurostat, na sigla em inglês) divulgou, nesta quinta-feira (31), a prévia do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) do bloco referente a Outubro.
A inflação da Zona do Euro registrou alta de 0,3% no comparativo mensal, depois de recuar -0,1% em Setembro.
Em comparação ao mesmo mês de 2023, o índice avançou 0,3 ponto percentual de Setembro para Outubro, para 2,0%, 0,1 ponto percentual acima do estimado pelos especialistas.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos, energia, álcool e tabaco, registrou alta mensal de 0,2%, 0,1 ponto percentual acima do avanço visto no mês anterior, e repetiu alta anual de 2,7%, assim como em Setembro, ante expectativa de desaceleração de 0,1 ponto percentual, para 2,6%.
O setor de serviços registrou alta de 3,9% em comparação a um ano antes, mantendo o mesmo ritmo registrado no mês anterior.
Além disso, a taxa de desemprego do bloco permaneceu estável em 6,3% em Setembro, de acordo com outro relatório divulgado pelo mesmo órgão, ante expectativa de alta de 0,1 ponto percentual, para 6,4%.
Os números geraram ainda mais cautela entre os especialistas com relação aos próximos passos do Banco Central Europeu (BCE) na condução da política monetária do bloco.
Para Kyle Chapman, analista de mercado do Ballinger Group, o resultado já era esperado.
“Não era segredo que a inflação aumentaria no final do ano e, embora o aumento repentino nos preços dos alimentos seja surpreendente, parece mais uma anomalia para mim”, afirmou ele.
“Os serviços ainda estão firmes, mas o relatório permanece em linha com a inflação básica se estabilizando em torno da marca de 2% em algum momento do ano que vem”.
Em sua visão, o BCE deve seguir um ritmo de cortes de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), já que a necessidade de medidas mais drásticas para tentar sustentar a economia do bloco estão perdendo forças, principalmente depois da prévia do PIB do terceiro trimestre, divulgada ontem.
Os analistas do banco holandês ING também esperam por cautela por parte do Banco Central Europeu, já que, os dados têm mostrado indicativos diferentes a cada mês.
“Incluindo os números de crescimento acelerado do PIB de ontem, os dados desta semana forneceram algum contrapeso à visão dovish [mais tranquila, no jargão do mercado] do BCE apresentada sobre a inflação na coletiva de imprensa de outubro”, afirmam.