O Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou, na noite de ontem (23), um novo pacote de estímulos para a segunda maior economia do mundo.
Dentre as medidas, estão a redução da taxa de reserva obrigatória em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual), a diminuição da taxa de recompra inversa de 7 dias em 20 pontos-base (0,20 ponto percentual), a redução da taxa dos empréstimos hipotecários já existentes e a diminuição da taxa mínima de entrada para segundas residência para 15%.
Além disso, Pan Gongsheng, presidente do PBoC, afirmou que ainda anunciará, até o final do ano, um corte no índice de reservas obrigatórias que girará em torno de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) a 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) e novas ferramentas de política monetária, com foco de dar suporte à demanda interna do país.
O pacote, considerado o mais agressivo já anunciado pela China desde a pandemia, foi bem recebido pelos especialistas.
Para a consultoria Capital Economics, ele é um “passo na direção certa”.
“Afastando-se de sua abordagem anterior de medidas de apoio fragmentadas, os reguladores financeiros da China anunciaram um pacote coordenado de ações de estímulo”, afirmou Julian Evans-Pritchard, chefe de research econômica para a China da consultoria.
Apesar disso, ele ainda acredita que as medidas não serão suficientes para uma reviravolta no resultado econômico do país, “a menos que sejam seguidas por um maior suporte fiscal”.
Gary Ng, economista-sênior da Natixis, acredita que a mudança “chegou um pouco tarde demais, mas é melhor tarde do que nunca”.
“A China precisa de um ambiente de juros mais baixos para aumentar a confiança”, acrescentou.
Para os analistas da Gavekal Dragonomics, falta um suporte ainda maior para a economia chinesa.
“Famílias que não têm certeza sobre suas perspectivas de renda em um mercado de trabalho fraco podem não estar dispostas a assumir uma alavancagem maior”, pontuam.
Lynn Song, economista-chefe para a Grande China do ING, acredita que há espaço para mais flexibilização nos próximos meses.
“Se também observarmos um grande impulso na política fiscal, o ímpeto poderá se recuperar rumo ao quarto trimestre”, afirma.