O Instituto Nacional de Estatísticas do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) divulgou hoje (13) o Produto Interno Bruto (PIB) britânico referente a Outubro.
A economia da região contraiu -0,1% no comparativo mensal, assim como ocorreu em Setembro, enquanto que, em comparação a um ano antes, ela avançou 1,3%, 0,3 ponto percentual acima do registrado no relatório anterior.
O resultado foi pior que o esperado pelos especialistas, que previam avanço mensal de 0,1% e anual de 1,6%.
Sendo assim, o Produto Interno Bruto britânico avançou 0,1% no trimestre móvel que se encerra em Outubro, mesmo patamar que o registrado no trimestre móvel que se encerrou em Setembro e 0,1 ponto percentual abaixo do crescimento projetado.
Em outro relatório, os dados da indústria do país também frustraram as expectativas, registrando queda de -0,6% no mês e de -0,7% em um ano, quando os especialistas previam alta mensal e anual de 0,2%.
Além disso, a Balança Comercial do Reino Unido apresentou déficit maior do que o previsto, de 18,97 bilhões de libras.
O conjunto de dados acendeu um sinal amarelo entre os especialistas para as perspectivas para a economia britânica nos últimos três meses do ano.
“O risco de uma contração trimestral [nos últimos três meses do ano] não é mais desprezível”, afirmou Sanjay Raja, economista do Deutsche Bank.
Ele ainda acrescentou que um possível aumento nas tarifas de importação dos Estados Unidos no ano que vem, com a posse de Donald Trump, representa um obstáculo extra e significativo.
Paul Dales, economista-chefe do Capital Economics para o Reino Unido, afirmou, em nota, que esse cenário tem sido ocasionado por dois fatores: o orçamento, que, na sua visão, “está segurando a economia”, e as taxas de juros mais altas, que “podem estar durando mais do que pensávamos”.
Ele nota que a economia britânica cresceu apenas em um dos últimos cinco meses até Outubro e que, para piorar, a produção agora está 0,1 ponto percentual menor do que o patamar que estava quando o Partido Trabalhista assumiu o poder.
Sendo assim, eles revisaram suas perspectivas de crescimento para a região de 1,6% para 1,4%.
Olhando para a política monetária, o mercado não espera grandes surpresas para a próxima reunião do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que deve manter a taxa de juros estável em 4,75% ao ano.
“Duvidamos que os dados de hoje sejam ruins o suficiente para levar o Banco da Inglaterra a mercados surpreendentes com um presente de Natal antecipado de um corte de juros em sua reunião de 19 de dezembro”, afirmou Thomas Pugh, economista do Reino Unido na RSM.
Suren Thiru, diretor de economia do Instituto de Contadores Autorizados da Inglaterra e do País de Gales (ICAEW, na sigla em inglês), partilha da mesma visão.
“Apesar desses números sombrios, a probabilidade de um corte de taxa neste mês continua baixa, com alguns formuladores de políticas provavelmente preocupados o suficiente com a recente recuperação da inflação para adiar o relaxamento da política novamente até fevereiro”, afirmou, em nota.