O Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou, na noite de ontem (19), que manteve suas taxas de juros de 1 ano e de 5 anos inalteradas em 3,10% ao ano e 3,60% ao ano, respectivamente.
A manutenção das suas duas principais taxas de juros era amplamente esperada pelos especialistas, que projetam que a autoridade monetária chinesa só deve mexer nos juros após o feriado do Ano Novo Lunar, que começa em 28 de Janeiro.
Ainda assim, a expectativa pelo pacote de medidas fiscais e monetárias prometido pelo governo chinês cresce tanto entre eles quanto entre os investidores, conforme os dados da segunda maior economia do mundo sugerem fragilidade, apesar de melhoras.
Alguns dias atrás, durante uma reunião, o Politburo, principal órgão político do Partido Comunista da China, afirmou que adotará uma política monetária “apropriadamente flexível” em 2025, uma mudança de postura considerável, já que o termo não era utilizado desde a crise financeira de 2008.
Além disso, também foi prometido uma política fiscal mais proativa, visando estimular a demanda interna do país e, consequentemente, o crescimento econômico da China.
Para Tommy Xie, chefe de research para a Grande China no banco OCBC, o PBoC deve flexibilizar a taxa de juros do país de forma considerável no ano que vem.
“Prevemos que o PBOC reduzirá a LPR [taxa de empréstimo preferencial] de um ano em 40 pontos-base [0,40 ponto percentual] em 2025 e reduzirá a RRR [taxa de depósito bancário compulsório do país] em mais 100 pontos-base [1,00 ponto percentual], fornecendo suporte de liquidez substancial à economia”, afirmou.
“A postura da política monetária mudará para uma postura moderadamente frouxa, marcando um afastamento significativo do regime de política monetária prudente em vigor desde 2011”.
O time de análises da Golden Credit partilham da mesma visão.
“Esperamos que o banco central corte a RRR em 0,25-0,5 pontos percentuais até o final do ano para liberar de 500 bilhões de yuans a 1 trilhão de yuans em fundos”, afirmam.
“Ele também pode levar em consideração os acordos de liquidez para o Ano Novo Lunar”.