O Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou, na noite de ontem (19), que manteve suas taxas de juros de 1 e 5 anos inalteradas em 3,10% ao ano e 3,60% ao ano.
A manutenção de suas duas principais taxas de juros, sendo a primeira comumente usada para empréstimos bancários e a segunda para financiamento imobiliário, era amplamente esperada pelo mercado.
Para os especialistas, essa estabilidade da política monetária chinesa deve durar pouco, já que o país segue enfrentando dificuldades para conseguir estimular sua demanda interna desde o fim das restrições sanitárias impostas por causa da pandemia.
Para Bruce Pang, professor associado adjunto da escola de negócios da Universidade Chinesa de Hong Kong, a autoridade monetária do país deve anunciar, em Março, uma redução de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) em sua taxa de depósito compulsório e uma diminuição de 40 a 50 pontos-base (0,40 ponto percentual a 0,50 ponto percentual) em sua taxa de recompra reversa de 7 dias, a principal taxa de juros do país.
O economista-chefe do banco holandês ING, Lynn Song, partilha da mesma visão, projetando que uma redução deve acontecer após a reunião parlamentar anual de Pequim, que acontece no mês que vem.
“Cortar os juros pode ajudar a impulsionar o investimento e o consumo dos chineses”, afirmou.
Os analistas do banco DBS Bank também acreditam em um corte nos juros em breve, principalmente com os rumores de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem interesse em fechar um acordo comercial abrangente com a China, fato que, caso confirmado, não acarretaria em uma depreciação adicional do yuan, moeda do país.
“As maiores esperanças de um acordo abrangente entre os dois países deve limitar qualquer deterioração no yuan no futuro, mesmo enquanto os mercados aguardam novas tarifas a serem anunciadas por Trump”, comentaram, em nota.
“Isso abre margem para que o PBoC sinta-se confortável em reduzir os juros chineses, focando no incentivo à economia do país”.