O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou, nesta terça-feira (29), o seu relatório de Oferta de Empregos JOLTS referente a Setembro.
A economia norte-americana registrou 7,443 milhões de vagas abertas no mês, abaixo dos 7,861 milhões registrados em Agosto (e corrigido, de 8,040 milhões divulgados na ocasião) e dos 7,980 milhões estimados pelos especialistas.
Esse é o menor patamar já registrado desde Janeiro de 2021.
Além disso, o relatório ainda indicou que 5,5 milhões de contratações foram feitas no mês, levemente acima do registrado em Agosto, com a taxa de contração subindo 0,1 ponto percentual, para 3,5%.
Já as taxas de demissões recuou 0,1 ponto percentual, passando de 2,0% (também revisada para baixo) no mês anterior para 1,9% em Setembro.
“Muitos distritos relataram baixa rotatividade de trabalhadores, e as demissões permaneceram limitadas”, disse o relatório.
“A demanda por trabalhadores diminuiu um pouco, com a contratação focada principalmente na substituição [de mão-de-obra] ao invés de crescimento”.
Para o economista-chefe da EY, Gregory Draco, o relatório indica que “há muito menos aperto” no mercado de trabalho do que se esperava.
“Vimos uma ligeira recuperação na taxa de contratação, o que mostra que essencialmente o teto não está caindo sob o mercado de trabalho”, afirmou ele, à Yahoo Finance.
“Mas, em vez disso, o que estamos vendo é um resfriamento suave da demanda por trabalho e menos absorção da oferta de trabalho, nada catastrófico”.
Nancy Vanden Houten, economista-chefe para os Estados Unidos da Oxford Economics, partilha da mesma visão.
“O baixo nível de demissões é consistente com um declínio na disponibilidade de oportunidades de emprego”, escreveu ela, em nota.
“O declínio constante na taxa de demissões é consistente com o crescimento salarial continuando a desacelerar e amenizando o impulso inflacionário do mercado de trabalho”.
Por outro lado, o Conference Board (CB), divulgou, no mesmo horário, o seu índice de confiança do consumidor referente a Outubro, que registrou forte alta no mês, passando de 99,2 pontos (revisado para cima, de 98,7) em Setembro para 108,7 pontos.
O resultado, que superou as expectativas dos especialistas, que previam avançou de 0,8 ponto, para 99,5, é a maior aceleração já registrada desde Março de 2021.
O índice de expectativas sobre condições futuras também avançou, passando a 89,1 pontos, se distanciando dos 80 pontos, que indica que os consumidores estão receosos com uma possível recessão.
O conjunto de dados divulgados hoje levou a um novo aumento nas apostas de um corte mínimo, de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) na taxa de juros norte-americana em Novembro.
De acordo com dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group, 98,3% dos investidores aposta nesse cenário, contra 1,7% que acredita que o Federal Reserve (FED), banco central do país, deve manter os juros inalterados no próximo encontro de seu comitê de política monetária.
Ontem, cerca de 95,8% deles acreditava em uma redução mínima enquanto 4,2% deles apostava na manutenção da taxa de juros dos Estados Unidos.
Olhando à frente, o mercado prevê que os juros devem ser cortados novamente em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) em Dezembro, com a taxa encerrando 2024 no intervalo entre 4,25%-4,50%.
Para o primeiro semestre de 2025, a expectativa é que ela seja cortada mais duas vezes, com a primeiro sendo em Janeiro e a segunda em Maio, encerrando o período entre 3,75%-4,00%.