A China divulgou, ainda na noite de ontem (14), seus dados setoriais referentes a Julho.
As vendas no varejo do país cresceram 2,7% em comparação ao mesmo mês do ano passado, 0,7 ponto percentual a mais do que o registrado em Junho e 0,1 ponto percentual acima do estimado.
No acumulado do ano, o setor apresentou avanço de 3,55%, 0,07 ponto percentual abaixo do registrado até o mês anterior.
Sua produção industrial registrou alta anual de 5,1%, desacelerando 0,2 ponto percentual em comparação ao registrado em Junho e ficando 0,1 ponto percentual abaixo do projetado pelos especialistas.
No ano, o setor desacelerou 0,1 ponto percentual em comparação ao registrado no acumulado até o mês anterior, passando de 6,0% para 5,9%.
Os investimentos em ativos fixos também apresentaram desaceleração em comparação ao registrado em Junho, passando de 3,9% no mês anterior para 3,6% agora. Os especialistas previam que o dado repetiria os mesmos 3,9% do mês anterior.
Já os preços dos imóveis recuaram -4,9% no mês, acelerando em comparação a Junho, quando registrou queda de -4,5%.
Com relação ao seu mercado de trabalho, a taxa de desemprego do país cresceu 0,2 ponto percentual em comparação ao mês anterior, para 5,2%, surpreendendo os especialistas, que previam alta de 0,1 ponto percentual, para 5,1%.
Para o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês), apesar de apresentar sinais de estabilidade, inclusive indicando progressos, o relatório indicou “impactos negativos crescentes”, principalmente “de mudanças no ambiente externo”, enquanto a demanda interna “ainda continua em falta”.
“A recuperação e melhoria contínua da economia ainda enfrenta muitas dificuldades e desafios”, acrescentou o órgão.
Os analistas do Goldman Sachs pontuaram que os dados indicam “um começo fraco” de terceiro trimestre para a economia chinesa.
Mesmo sabendo que os efeitos das medidas anunciadas demoram a gerar impacto na economia real, o time de research da instituição espera novos estímulos em breve.
O economista-chefe para a China da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard, partilha da mesma visão.
“O ímpeto econômico parece ter se estabilizado um pouco no mês passado, com uma retomada nos gastos do consumidor e na atividade de serviços compensando amplamente a desaceleração no investimento e na produção industrial”, afirmou.
“Com o governo aumentando o apoio político, acreditamos que uma recuperação modesta poderá ocorrer nos próximos meses”.
Da mesma maneira, Xing Zhaopeng, economista de mercado no ANZ, também afirmou que os números indicam um começo de semestre difícil para a segunda maior economia do mundo.
“Espera-se que a probabilidade de substituir o MLF [taxa de juros de médio prazo] por um corte do RRR [taxa de compulsório bancário] aumente, mas a chave para manter o crescimento econômico de 5% continua sendo a chegada dos gastos fiscais”, afirmou.