A China divulgou, na noite de ontem (8), seus dados de inflação referentes a Julho.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,5% em comparação a Junho, revertendo queda de -0,2% registrada no mês anterior. O resultado foi 0,2 ponto percentual superior ao projetado pelos especialistas.
Em comparação a um ano antes, a inflação ao consumidor chinês também cresceu 0,5%, 0,3 ponto percentual acima de Junho e 0,2 ponto percentual acima do estimado.
O núcleo do CPI, quando são descontados os preços dos alimentos e da energia, desacelerou 0,2 ponto percentual em comparação ao mês anterior, avançando 0,4% no comparativo anual.
Isso porque os grandes responsáveis pelo avanço do índice cheio foram os alimentos, com destaque para a carne suína, que viu seus preços crescerem 20,4% em comparação a um ano antes.
Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) recuou -0,8% em comparação ao mesmo mês do ano passado, mantendo o recuo visto no mês anterior e apresentando desempenho 0,1 ponto percentual superior ao estimado.
O Goldman Sachs acredita que a inflação do país deve continuar apresentando leve crescimento nos próximos meses.
“Olhando para o futuro, esperamos que a deflação do IPP diminua gradualmente e que a inflação do IPC permaneça relativamente baixa nos próximos meses”, afirmaram seus analistas, em nota.
Para Xu Tianchen, economista-sênior da Economist Intelligence Unit, o resultado não está relacionado com a demanda, mas sim com as condições climáticas do país.
“Há um forte contraste entre o IPC dos alimentos e o IPC ex-alimentos. Nenhum dos outros bens e serviços apresentou movimentos inflacionários, o que sugere que não há sinais de recuperação na demanda doméstica”, afirmou.
A economista-chefe da Grande China no banco holandês ING, Lynn Song, comentou que, apesar do avanço da inflação, as perspectivas de novos cortes nas taxas de juros chinesas seguem inalteradas.
“Com baixa inflação e fraca atividade de crédito, fatores domésticos continuam a favorecer mais flexibilização da política monetária”, comentou.
“Continuamos a esperar pelo menos mais um corte de taxa este ano, com potencial para mais se os cortes globais de taxa acelerarem”.