O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou, nesta quinta-feira (8), seu relatório semanal do programa de seguro-desemprego do país.
Foram registrados 233 mil novos pedidos pelo benefício, 17 mil a menos que na semana passada e 8 mil abaixo do projetado pelos especialistas.
Com isso, a média das últimas 4 semanas avançou 1,25 mil, para 240,75 mil.
Apesar disso, os pedidos contínuos por seguro-desemprego renovaram sua máxima dos 3 últimos anos, chegando a 1,875 milhões, 6 mil acima da semana passada e 5 mil a mais que o projetado.
De forma geral, os especialistas consideraram o número condizente com um mercado de trabalho em desaceleração, porém nada que indique um movimento mais preocupante.
“Eles sinalizam uma desaceleração econômica modesta, não uma contração”, afirmou Rubeela Farooqi, economista da High Frequency Economics.
“Os dados merecem atenção para sinais sobre um enfraquecimento mais material no mercado de trabalho daqui para frente, o que teria implicações para a política do Fed”.
Para a economista Eliza Winger, da Bloomberg Economics, os números são condizentes com uma economia em desaceleração.
Ela prevê que a taxa de desemprego norte-americana deve continuar crescendo até chegar em 4,5% em Outubro, algo que seria normal para o estágio em que se encontra o mercado de trabalho do país.
Bret Kenwell, analista da corretora eToro, considerou os números positivos, já que, agora, qualquer dado que indique que o Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, não está atrasado no ciclo de cortes da taxa de juros do país é positivo.
Ele ainda destaca que as grandes respostas esperadas pelo mercado devem vir do próximo Payroll, que será divulgado na primeira sexta-feira de Setembro, mas que, até lá, os relatórios semanais do programa de seguro-desemprego devem ter uma atenção redobrada dos investidores.
No mercado, as apostas em um corte de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) na taxa de juros norte-americana em Setembro perdeu forças após o relatório.
De acordo com a ferramenta FEDWatch, do CME Group, cerca de 55,5% dos investidores projetam que essa deve ser a magnitude do anúncio no próximo encontro, contra 44,5% que acredita que a redução deve ser de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual).
Ontem, cerca de 69% deles apostava em um corte maior, contra 31% que estimava uma redução marginal.
Com relação às perspectivas para o restante do ano, o mercado projeta que os juros dos Estados Unidos deve encerrar 2024 no intervalo entre 4,25%-4,50%, chegando a 3,50%-3,75% no fim do primeiro semestre do ano que vem.