O Goldman Sachs publicou ontem (20) um relatório em que atualiza suas perspectivas para a economia norte-americana.
Para o economista-chefe da instituição para os Estados Unidos, David Mericle, a economia do país “está em um bom lugar”.
“Os temores de recessão diminuíram, a inflação está voltando para 2%, e o mercado de trabalho se reequilibrou, mas continua forte”, afirma.
O Goldman Sachs Research projeta que a maior economia do mundo deve cresce 2,5% em 2024, 0,6 ponto percentual acima do indicado pelo consenso Bloomberg, que estima que o crescimento será de 1,9%.
Olhando à frente, os analistas da instituição projetam que três mudanças políticas devem ocorrer durante o mandato de Donald Trump, sendo a primeira delas um aumento nas tarifas sobre importações da China e automóveis, podendo elevar a tarifa efetiva em 3 a 4 pontos percentuais, uma política imigratória mais rígida e cortes de impostos.
Ainda que sejam significativas, Mericle acredita que elas não devem impactar na economia ou na política monetária norte-americana, prevendo que a inflação do país deve cair para o intervalo entre 2,1% e 2,4% ao final do ano que vem.
Com relação ao mercado de trabalho, os analistas projetam que, apesar de não terem qualquer evidência definitiva de estabilização, eles acreditam que “a tendência de crescimento do emprego parece ser forte o suficiente para estabilizar e, eventualmente, reduzir a taxa de desemprego agora que a imigração está diminuindo”.
Com relação à economia, o Goldman Sachs projeta que as chances de uma eventual recessão no ano que vem são mínimas e que o consumo deve “permanecer como o pilar central” do forte crescimento econômico, puxado tanto pelo aumento da renda real, por conta de um mercado de trabalho sólido, quanto “por um impulso extra dos efeitos de riqueza”.
Acrescido a isso, eles projetam que o investimento empresarial também deve se recuperar em 2025, “mesmo com o fim do boom de construção de fábricas”.
Já com relação à política monetária dos Estados Unidos, a instituição projeta que o Federal Reserve (FED), banco central do país, deve cortar a taxa de juros em 125 pontos-base (1,25 ponto percentual) ao longo de 2025, encerrando o ano no intervalo entre 3,25%-3,5% ao ano.
A projeção é respaldada na perspectiva de que o FOMC (sigla em inglês para o comitê de política monetária do FED) deve continuar elevando suas estimativas para a taxa neutra (taxa de juros que não estimula e nem desacelera a economia).
“Além disso, ventos favoráveis de política não monetária — em particular, grandes déficits fiscais e sentimento de risco resiliente — estão compensando o impacto de taxas de juros mais altas quando se trata de demanda”, acrescenta a publicação.