O Instituto Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) do Reino Unido divulgou, nesta quarta-feira (11), o Produto Interno Bruto (PIB) britânico referente a Agosto.
A economia do Reino Unido permaneceu estável (0,00%) em comparação a Julho, mantendo a tendência vista no mês anterior, e cresceu 1,2% em comparação ao mesmo período do ano passado, 0,5 ponto percentual superior ao registrado um mês antes.
Liz McKeown, diretora de estatísticas econômicas do ONS, comentou os números, afirmando que o resultado foi “liderado por programadores de computador e saúde, que se recuperaram da greve em junho”.
“Esses ganhos foram parcialmente compensados por quedas para empresas de publicidade, arquitetos e engenheiros”, acrescentou.
“A manufatura caiu, no geral, com um mês particularmente ruim para empresas de automóveis e máquinas, enquanto a construção também caiu”.
A chanceler do Tesouro britânico, Rachel Reeves, afirmou não ter ilusões sobre os desafios que o país enfrenta e que será honesta com o povo dizendo que uma melhora na situação econômica “não deve ocorrer da noite para o dia”.
“Dois trimestres de crescimento econômico positivo não compensam 14 anos de estagnação”, acrescentou.
O resultado também frustrou os especialistas, de forma geral, que projetavam crescimento mensal de 0,2% e anual de 1,4%.
Para Sanjay Raja, economista do Deutsche Bank Research, o relatório foi “decepcionante”.
“Apesar do modesto impulso dos euros, o Reino Unido viu fraqueza generalizada em toda a economia”, comentou.
“Depois de ver riscos de alta para o crescimento do PIB do terceiro trimestre a 24, em relação à nossa linha de base de 0,4 por cento trimestre a trimestre, agora vemos riscos de baixa se acumulando”.
A economista-chefe do Institute of Directors, Anna Leach, partilha da mesma visão.
“É importante que o próximo Orçamento transmita uma mensagem forte e positiva sobre o crescimento”, afirmou.
“Para reforçar a confiança empresarial para crescer e investir, as empresas precisam de um sistema tributário previsível e eficiente, e de políticas de suporte ao crescimento”.
Olhando para a política monetária, Ruth Gregory, economista da consultoria Capital Economics, disse que “os dados de hoje tornaram um corte na taxa de juros na próxima quinta-feira um pouco mais provável”.
“Mas por enquanto, estamos mantendo nossa visão de que o Banco da Inglaterra manterá as taxas de juros inalteradas em setembro antes de cortá-las novamente em novembro”, ponderou.